quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

JOSÉ RAMOS HORTA (ONU) CHEGOU ESTA MANHÃ A BISSAU E O FMI TAMBÉM




Guiné-Bissau precisa de mais apoio da comunidade internacional, diz Ramos-Horta em Bissau

13 de Fevereiro de 2013, 10:52

Bissau, 13 fev (Lusa) - O representante da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, considera que a comunidade internacional nunca apoiou muito o país e que é preciso que "aprenda com os erros do passado" e dê maior apoio ao povo guineense.

José Ramos-Horta chegou na madrugada de hoje a Bissau e encontrou-se esta manhã com o primeiro-ministro de transição, Rui de Barros, o primeiro de um ciclo de contactos com responsáveis guineenses, nomeadamente para apresentação de cumprimentos.

Após a reunião de cerca de 45 minutos, o novo representante das Nações Unidas afirmou-se otimista e pronto para "abrir outro capítulo" na Guiné-Bissau, embora as decisões nesse sentido tenham de partir dos guineenses.

"Sou uma pessoa otimista, um otimismo fundado no que conheço do povo guineense, prático, determinado e com elevado número de quadros", disse Ramos-Horta, considerando que há "um bom ambiente" na Guiné-Bissau, quando comparado com outros países do mundo.

Afirmando que há "um processo de diálogo em curso" iniciado pelo Presidente da República de transição, Ramos-Horta disse acreditar que se está "no bom caminho" e acrescentou que está confiante no sucesso da sua missão.

Na Guiné-Bissau há "uma situação de um Estado frágil, que precisa de ser apoiado. A Guiné-Bissau nunca teve muito apoio da comunidade internacional", disse o representante da ONU, uma ideia que lhe fica, acrescentou, do que tem observado ao longo dos anos e das vezes que esteve no país.

É preciso, disse, que a comunidade internacional "direcione ajuda para beneficiar o povo guineense, sobretudo os jovens".

José Ramos-Horta, ex-Presidente de Timor-Leste e Prémio Nobel da Paz, foi em janeiro nomeado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, seu representante para a Guiné-Bissau.

Ramos-Horta substituiu o ruandês Joseph Mutaboba, cujo mandato terminou a 31 de dezembro passado, na liderança do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau - UNIOGBIS.

A Guiné-Bissau tem vivido momentos de instabilidade cíclicos. Em abril do ano passado, um golpe de Estado derrubou os dirigentes eleitos e desde então o país está a ser gerido por autoridades de transição, não reconhecidas pela maior parte da comunidade internacional.

FP // VM.

*Também publicado em TIMORLOROSAE NAÇÃO

Missão do FMI analisa economia da Guiné-Bissau e Orçamento do Estado para este ano

13 de Fevereiro de 2013, 15:08

Bissau, 13 fev (Lusa) - Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou hoje a Bissau para analisar a situação económica do país e debater o Orçamento do Estado para este ano.

A missão reuniu-se hoje com o ministro das Finanças do Governo de transição, Abubacar Demba Dahaba, e permanecerá no país até ao próximo dia 20.

Em declarações aos jornalistas antes do início do encontro, o ministro das Finanças disse esperar que o FMI sensibilize "a comunidade internacional para retomar a atividade e o apoio financeiro ao desenvolvimento" da Guiné-Bissau, e que preste apoio na elaboração do Orçamento Geral do Estado e "apoio financeiro em termos de gestão das finanças públicas".

Após o golpe de Estado de 12 de abril do ano passado quase toda a comunidade internacional, incluindo as instituições financeiras internacionais, deixou a Guiné-Bissau. Este ano, o Banco Mundial retomou os projetos que tinha em curso no país.

O ministro disse que o Governo de transição tem feito esforços no sentido de "tentar fazer voltar essa comunidade internacional" e que é nesse quadro que hoje se assiste "à retoma da atividade do FMI na Guiné-Bissau, na assistência financeira e técnica".

"Hoje começamos as discussões técnicas para relançar a atividade normal", disse Abubacar Demba Dahaba, lembrando que recentemente esteve no país uma missão técnica do Banco Mundial e acrescentando que em breve virá à Guiné-Bissau uma missão mais alargada, "de certeza para retomar a atividade (do Bando Mundial) em pleno".

Quer o Banco Mundial, quer o FMI exigem da parte da Guiné-Bissau estabilidade e respeito pelas instituições democráticas, disse o ministro, segundo o qual as autoridades de transição "estão a trabalhar para a normalização constitucional do país".

"Até agora contribuímos para a sobrevivência do Estado da Guiné-Bissau, em termos financeiros, e de facto a comunidade internacional começa a retomar a sua atividade na Guiné-Bissau", afirmou.

Além de analisar a evolução económica do país e discutir o Orçamento do Estado para este ano, a missão vai debater também as perspetivas económicas para 2013.

Nenhum dos elementos da missão prestou declarações aos jornalistas.

FP // VM.

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