Martinho Júnior | Luanda
Em
saudação aos 60 anos do MPLA, aos 52 anos da passagem do Che por África e aos
43 anos do 25 de Abril… e assinalando os 50 anos do início do “Exercício
ALCORA” e os 50 anos do início da Guerra do Biafra.
15-
O fascismo e colonialismo do Estado Novo, em função dos problemas que criou,
tornou-se praticamente indigente no que ao armamento e equipamento militar
dizia respeito: e vassalo nas obrigações internacionais no quadro da NATO e do
Exercício ALCORA, uma vassalagem que não parou com o 25 de Abril de 1974.
Em
Goa, Damão e Dio, ficou evidente que a capacidade militar do colonialismo
português praticamente não existia e no campo da NATO, muito poucos tinham
interesse em ajudar essa indigência avassalada, inclusive o aliado
Grã-Bretanha.
Logo
em 1961 relativamente a Angola, era essa a impressão do cônsul-geral da África
do Sul em Luanda e por isso os portugueses recorreram desde logo ao “apartheid” para
criar comunicações que levassem a futuros entendimentos com a África do Sul.
Se
a vassalagem era impotente em relação à NATO, iriam buscá-la noutras paragens.
Em
Setembro de 1963, a África do Sul ofereceu assistência militar e um ano depois,
os portugueses manifestaram ao “apartheid” que estavam interessados
num acordo permanente para o fornecimento de peças e outros serviços de apoio
para os helicópteros Alouette III.
Em
1967 os dois países deram mais um passo no sentido do fornecimento por parte da
África do Sul de material militar, algo que agradava ao “apartheid”, que
além do mais se ia apercebendo que Portugal iria ficar em dependência em
relação ao seu poderio e interesses.
Em
1968 os enlaces derivaram no sentido de se criar as bases do acordo do âmbito
do Exercício ALCORA, sendo definida a entrada das SADF e Polícia sul-africana
no sudeste de Angola, a pretexto do “apartheid” se juntar aos
portugueses e dar caça simultaneamente às guerrilhas da SWAPO e do MPLA.
Em
ambos os casos o “apartheid” aproveitou para estreitar laços com a
PIDE/DGS, uma vez que o conceito e a doutrina dos Flechas às ordens de Óscar
Cardoso lhes interessava, tanto como a Operação Madeira.
De
entre os equipamentos que a África do Sul se comprometeu a fornecer nesse ano,
estavam 5 helicópteros Alouette III, 33 autometralhadoras Panhard AML e 283
rádios TR 28C.
Algum
desse armamento foi parar aos “Dragões” instalados no Bié, o que é um
indicativo da percepção que o colonialismo português tinha sobre a importância
geoestratégica da Região Central das Grandes Nascentes em Angola.
Para
efeito desse fornecimento, os sul-africanos solicitaram ao Estado Novo que
pedisse autorização aos franceses, uma vez que eram eles os produtores desses
meios e o “apartheid”, que sob licença os produzia no seu território,
respeitava os compromissos existentes com a França…
Portugal
acedeu e os fornecimentos a partir de então passaram a ter plena garantia.
A
França passou a ser um fornecedor de material de guerra que supria as
necessidades do“apartheid”, no âmbito da internacional fascista que
renitentemente se erguia em armas na África Austral e por tabela do
colonialismo português, em especial nos teatros operacionais de Angola,
Moçambique e Guiné Bissau.
É
evidente que isso não teria sido possível sem que houvesse fortes laços entre
os interessados da internacional fascista, ao abrigo do “Le Cercle”, um
dos mentores mais reaccionários das políticas de então, unindo as tendências
fascistas e colonialistas na Europa, na América Latina e em África, com
respaldo das sucessivas administrações estado-unidenses.
O “Le
Cercle” haveria de ter muitos êxitos nos seus “bons ofícios” na “defesa
da civilização judaico-cristã ocidental” e entre eles os resultantes dos
papados no Vaticano dum polaco (João Paulo II – 22 de Outubro de 1978 a 2 de
Abril de 2005) e dum alemão (Bento XVI – 24 de Abril de 2005 a 28 de Fevereiro
de 2013)…
As
mais “conservadoras” doutrinas da Igreja Católica Apostólica Romana,
impactaram em Angola nos anos da “glasnost”, nos anos de chumbo, precisa e
sincronizadamente na mesma altura dos impactos do capitalismo neoliberal após o
desaparecimento do socialismo real da Europa e essa, sob o ponto de vista
ideológico, é uma das explicações das aproximações que em função de Bicesse se
fizeram a Angola, por via de partidos como o CDS, PSD e PS, até aos nossos
dias… coisas de agenciados social-democratas do âmbito da “civilização
judaico-cristã ocidental” e dos negócios que ela tão bem propicia, já se
vê…
Antes
era nesse mesmo esteio que se movia a “Aginter Press”, no quadro das “redes
stay behind” da NATO e do “Le Cercle”, acima das capacidades
operacionais dos serviços de inteligência de Portugal, Rodésia e África do Sul,
ainda que tivesse ficado sem efeito a Concordata do Estado Novo com o Vaticano…
O
apoio da França foi garantido e a África do Sul teve luz verde para continuar o
fornecimento de material militar ao Estado Novo, o que reforçou o seu relativo
domínio na definição, formulação e organização das tarefas e missões implícitas
no acordo do Exercício ALCORA.
O
Estado Novo foi ficando cada vez mais avassalado ao “apartheid”, à medida
que progredia a instalação do Exercício ALCORA.
As
políticas de Richard Nixon para África por seu turno, deram outra cobertura às
iniciativas em prol do Exercício ALCORA e no leste de Angola, a África do Sul
desencadeou a Operação Bombaim, contra as guerrilhas do MPLA e da SWAPO, dando
início a uma prolongada “border war” que só iria terminar em finais
da década de 80 do século XX, quando a Linha da Frente passou irreversivelmente
do paralelo de Brazzaville – Dar es Salam, para o paralelo da fronteira sul de
Angola, Zâmbia e Moçambique, dando posteriormente origem à criação da “Southern
African Development Community”, SADC.
O
Exercício ALCORA teve início formal entre 4 e 7 de Dezembro de 1971, permitindo
um aumento dos fornecimentos de material de guerra por parte da França e da
África do Sul ao Estado Novo.
Em
1973 e 1974 o estudo dos riscos e ameaças, em função das informações colhidas
em Kinshasa no âmbito do Exercício ALCORA (que envolveu também a “antena
diplomática” que dava pelo nome de António Monteiro), apontava para a
eminência dum ataque a Cabinda e norte de Angola, sob orientação do apêndice da
CIA, Mobutu, Presidente do Zaíre, reforçado por outros países africanos.
O
Zaíre havia adquirido armamento e os programas de acção contra o colonialismo
português em suporte das FLEC e da FNLA, começaram a ganhar corpo.
A
escalada de fornecimento de material de guerra em 1974, por parte do “apartheid” ao
colonialismo português, subiu uma vez mais a fasquia: os sul-africanos iriam
fazer reconhecimentos aéreos em Cabinda e norte de Angola, “a fim de
detectar indícios de preparativos de concentração de forças inimigas”,
estimularam o fornecimento de mísseis Crotale e prepararam um acordo
financeiro, com uma ampla política de crédito disponível.
O
25 de Abril de 1974 inviabilizou alguns dos fornecimentos militares e o
reconhecimento aéreo acordado, não terá inviabilizado o financiamento (que lhe
terá sido anterior também por causa do Plano do Cunene e Cabora Bassa), mas o
aproveitamento das iniciativas de Mobutu na direcção de Cabinda e do norte de
Angola, estimuladas pela CIA no encontro “secreto” entre o general
Spínola e Mobutu na ilha do Sal, ficaram proteladas para o quadro das disputas
relativas à independência de Angola a 11 de Novembro de 1975.
Foi
assim que o aproveitamento das iniciativas de Mobutu, passaram a integrar a
Operação IAFEATURE, da “CIA contra Angola”, conforme a denúncia de John
Stockwell.
De
entre esses aproveitamentos esteve o Exército de Libertação de Portugal, ELP,
um resultado dos compromissos do general Spínola, que depois de ultrapassar a
hesitação de alinhamento directo com o “apartheid”, acabou por alinhar na
operação da “CIA contra Angola”, tendo à frente o Coronel Santos e Castro,
um profundo conhecedor das áreas a norte de Luanda (Caxito e Dembos).
O
ELP aglutinou alguns sectores ligados à Frente Unida de Angola, FUA e à Frente
Revolucionária de Angola, FRA (criado por Jaime Nogueira Pinto), entre outros,
cujos programas levavam à independência de Angola de acordo com as ideias de
Ian Smith na Rodésia e de forma a “repescar”em tempo oportuno o Exercício
ALCORA.
Em “Jogos
africanos”, Jaime Nogueira Pinto (membro assumido do “Le Cercle”), revela:
“…
Com a partida de Silvério Marques e a chegada de Rosa Coutinho a situação
agravou-se muito em todos os sectores.
O
Almirante Vermelho, que logo se fizera rodear de uma segurança nunca vista,
mostrava-se frio e eficaz no prosseguimento dos seus objectivos.
Achei
que era tempo de passar a formas superiores de luta.
AGITPROP.
Tive
então a ideia de criar a FRA – Frente Revolucionária de Angola.
O
conceito era simples.
Se
fôssemos fazer uma coisa de raiz, nós, os miúdos, os militares metropolitanos,
não teríamos qualquer hipótese de ser levados a sério pelos civis locais.
Por
isso achámos melhor recorrer à acção psicológica e à agitprop, criando um mito,
uma lenda.
Engendramos
então uma organização secreta – a FRA.
Redigíamos
os panfletos originais da dita organização e fazíamos como se nos tivessem
vindo parar às mãos.
Depois
fotocopiávamos os panfletos e distribuíamo-los por círculos de activistas, onde
estavam o Engenheiro Pompílio da Cruz, o capitão Seara e outros.
O
Mariz Fernandes era a única pessoa, para além de mim e do Nunes, que sabia da
coisa.
A
ideia que passávamos era a de que existia uma forte organização secreta de
resistência ao MFA e que quem aderia a essa sofisticadíssima rede clandestina
passava a fazer parte duma poderosa máquina subversiva.
Assim
a FRA funcionou, teve adesões, recrutou militantes e fez até algumas operações.
Era
o que importava: não estar quieto, tentar coisas contra o apocalipse que se
aproximava”…
…Por
aquela altura já estava eu incorporado no Movimento Democrático de Angola (MDA)
que, antes da chegada do MPLA a Luanda, sob orientação da Drª Maria do Carmo
Medina e de Antero de Abreu, se contrapunha às influências da FUA e do FRA.
O
ELP tinha influências também no sul de Angola, (Huíla, Namibe e em Benguela),
com resíduos que foram permanecendo até hoje, com influência nos sectores
económicos e sócio-políticos daquelas províncias, e intimamente associados a
outros intervenientes dentro e fora de Angola, nomeadamente em Portugal e na
África do Sul.
Era
nesse cadinho que a BOSS/NIS recrutava agentes, como os que foram mais tarde
detectados e neutralizados pela segurança angolana; Amílcar Fernandes Freire,
Francisco Alberto Abarran Barata e Dongala Kamati, (meados da década de 80)… eu
fui um dos oficiais instrutores do processo que lhes foi correspondente em
defesa dasegurança e soberania de Angola… mal sabendo eu que em breve seria
acusado, julgado e condenado por “golpe de estado sem efusão de sangue”(Processo
76/86)…
Foi
assim também que o “apartheid”, tacitamente, desencadearia a Operação
Savana, em apoio a Savimbi, em simultâneo à Operação da “CIA contra
Angola” e na perspectiva de Holden e Savimbi alcançarem o poder em Luanda,
a 11 de Novembro de 1975…”border war” já se vê…
…
E foi assim que Portugal (onde já se vivia o após 25 de Novembro de 1975),
retardou o reconhecimento da República Popular de Angola, (só o fez a 22 de
Fevereiro de 1976 e foi o 83º país a fazê-lo) na espectativa de sua
inviabilização!
É
evidente que à medida que a aristocracia financeira mundial assumia o domínio,
todas as peças da “civilização judaico-cristã ocidental” se iam
encaixando na sua estrutura em pirâmide, cada vez mais avassaladora, preparando
a hegemonia unipolar.
16-
A passagem da linha da frente progressista e informal, para a Linha da Frente
contra o“apartheid” a sul de Angola, acompanhou a trajectória da evolução
do Exercício ALCORA até ao seu colapso.
Em
Brazzaville, sucederam-se vários governos progressistas, fora da órbitra das
redes de Jacques Foccard e para tal muito contribuiu a ajuda internacionalista
da 2ª coluna do Che, que teve em Jorge Risquet um dos seus principais
dirigentes.
Instalada
a partir de 1965, a 2ª coluna do Che, que continuou mesmo depois da passagem do
Che pelo Congo na espectativa dos sucessos da guerrilha de Mulele,
vocacionou-se também e desde logo no apoio ao Movimento de Libertação em
África, nomeadamente no apoio ao MPLA.
No
livro “El Segundo Frente del Che en el Congo – Historia del
Batallón Patricio Lumumba”, Jorge Risquet Valdés dá conta do papel da
iniciativa solidária e internacionalista para com África, nos termos da linha
da frente progressista informal que se instalou entre Dar es Salam e
Brazzaville, narrando com detalhe as acções e citando uma nota do Comandante
Fidel de Castro de 30 de Dezembro de 1966:
“Informa
a nuestros compañeros en esa,
A
nuestros instructores militares, que han permanecido meses alejados de nuestra
pátria, cumpliendo misión histórica de solidariedade com pueblos hermanos de
África y que han puesto mu yen alto el prestígio de la Revolución cubana envio
un caluroso y bien merecido Saludo en estes dias de fiestas navideñas.
La
actitud firme y decidida de ustedes, combatientes revolucionários, de
permanecer voluntariamente junto a pueblos hermanos, amenazados y agredidos por
el imperialismo, demuenstra el alto espiritu de internacionalismo proletário y
de solidariedade revolucionaria que há alcanzado nuestro Pueblo. En esse gesto
está presente el ideal revolucionaria de Camilo y la decisión inquebrantable de
lucha del Che.
Nuestro
partido, las fuerzas armadas revolucionaias y nuestro Pueblo, que se apresentan
a festejar el octavo aniversario de nuestra Revolución, se sienten orgullosos
de ustedes, abnegados jóvenes por la disposición de ofrendar sus vidas si fuere
necessário por la causa justa de los pueblos oprimidos, conscientes de que com
ello sirven a la pátria y a la humanidade”.
Muita
capacidade operativa do MPLA e do PAIGC foi forjada nessa conjuntura, inclusive
as três colunas que partiriam em socorro da Iª Região Política Militar do MPLA,
cercada e vulnerável
a incursões militares e de inteligência por parte do colonialismo português.
a incursões militares e de inteligência por parte do colonialismo português.
Para
o MPLA foi também muito importante para reverter as situações vividas com a sua
expulsão do Zaíre.
As
colunas do MPLA, Camilo Cienfuegos, Cami e Ferraz Bomboco foram apenas um dos
resultados dessas iniciativas progressistas a partir de Brazzaville, além da
continuidade da guerrilha de Pierre Mulele e da própria consolidação do poder
progressista no Congo (Brazzaville).
Os
guerrilheiros angolanos forjados nessas lutas inquebrantáveis, foram utilizados
depois para a abertura da Frente Leste do MPLA já no início da década de 70 do
século XX, fazendo progredir em direcção a sul a Libertação em África, tendo
como rectaguarda o território zambiano e ponto de apoio logístico principal Dar
es Salam; muitos dos chefes estiveram na proclamação das FAPLA.
A
abertura da Frente Leste foi determinante para o “apartheid” se
decidir a envolver no Exercício ALCORA, dando início à “border war” em
1968 e presença de suas forças no sudeste angolano, facto que por si comprova
quanto era negativamente avaliado o poder militar do Estado Novo em Angola.
A
abertura da Frente Leste obrigou por outro lado a internacional fascista (com
Mobutu incluído) a reforçar as linhas etno-nacionaistas da FLEC, da FNLA e da
UNITA…
Com
o 25 de Abril de 1974, o Exercício ALCORA desmorona-se dos termos previstos
pela internacional fascista que incluía Portugal, a Rodésia, a África do Sul e
alguns aliados africanos infiltrados pelo seu sistema e pela CIA.
O
plano de Mobutu para assaltar Cabinda e o norte de Angola, foi então “reconvertido”,
o que só por si era um obstáculo à progressão em direcção sul das linhas
progressistas a partir de Dar es Salam e Brazzaville.
Com
a data de independência de Angola à vista, Mobutu “fazia-se ao bife”, sob
os auspícios da CIA e tacitamente alinhado com o “apartheid”, enquanto os
portugueses, perdidos nas lutas internas do MFA entre o 25 de abril de 1974 e o
25 de Novembro de 1975, iam respondendo conforme cada tendência política.
O
Governador de Cabinda de então, Themudo Barata, veladamente alinhou com Mobutu
e a FLEC, por efeito das políticas do general Spínola, conferindo à FLEC uma
representatividade que não era internacionalmente reconhecida, numa polémica
que é sustentada até nossos dias, com muitas entidades portuguesas a seguirem a
trilha spinolista desde o 25 de Novembro de 1975.
As
FLECs contam com apoios desse tipo em Portugal desde então.
Na
aproximação do 11 de Novembro, Mobutu apoia a FLEC e a FNLA, de forma a
intervir em Angola ao abrigo da CIA, pelo que angolanos e cubanos tiveram de
travar as batalhas decisivas de Cabinda, Quifangondo e Ebo, a fim de ser
proclamada a República Popular de Angola.
Em
Cuba o Comandante Fidel apercebeu-se da importância de defender a capital
angolana e simultaneamente Cabinda, pois sem isso seria impossível a progressão
da linha da frente infrmal entre Dar es Salam e Brazzaville, para a Linha da
Frente que mis tarde daria origem à SADC.
Pouco
relevo se tem dado à batalha de Cabinda, mas o general de corpo de exército das
Forças Armadas Revolucionárias de Cuba, Ramón Espinosa Martin, elaborou um
relato completo dos acontecimentos no seu livro “La Batalla de Cabinda”.
Desse
livro destaco uma das lições geoestratégicas do Comandante Fidel em África.
“Mensage
de Salida nº. 58
Destino:
Luanda.
Al:
1er. Comdt. Arguelles- Gondin.
El
comandante en Jefenos há pedido les trasmitamos el seguiente texto:
Para
Angola se envio todo lo solicitado e incluso más.
Se
decidió reforzar Cabinda com recursos absolutamente adicionales.
Se
envio também personal que estuviera en disposición de combatir.
Cabinda
es el punto más débil y peor defendido.
Si
se pierde Cabinda no lo podran recuperar más.
Angola
sin Cabinda no podrá consolidar su independenciaporque alli están los recursos
económicos fundamentales.
Mobutu
quiere apoderar-se de Cabinda y tarde o temprano la va a agredir, sobre todo si
sabe que está indefensa.
Es
necessário que ustedes entiendan esto y se lo hagan compreender al MPLA.
Se
acordo además enviar a Angola el personal necessário para la técnica soviética.
Por
esto no lo creemos que se deba continuar debilitando Cabinda.
Si
ya bajaron los morteros 120 en Bengela, úsenlos entonces en Angola pero no
reduzcan más los medios destinados a Cabinda.
Debemos
atenernos a los planos acordados.
Ahora
se lucha en Angola pero no sabemos lo que puede ocurrir en Cabinda y no debemos
dejar nuestro personal alli debilitado, ya que en caso de ataque por fuerzas d
Zaire tendrán que luchar muy duramente y prácticamente solos.
En
Angola tienen ya bastantes médios.
Estan
recebuiendo además el material de otros países y se puede continuar reforzando
desde aqui com personal cubano.
Si
Hay peligro real en Luanda es mejor reforzar esa dirección com médios de las
otras escuelas antes que descuidar Cabinda.
Ustedes
tienen ahi varias opciones posibles cuando lo consideren realmente necesario.
Los
ruego analicen com serenidade estos hechos.
Si
se gana la guerra en Angola Y se pierde en Cabinda, se habra perdido mucho.
Hay
que tratr de obtener los objectivos completos en ambos puntos.
Saludos,
Fidel.
Firmado:
Colomé.
18.10.75”.
A
Operação Carlota estava lançada e a RPA levaria a linha da frente para a sua
própria fronteira sul, o que obrigaria o “apartheid” a reinventar e
reconverter a “border war”, nunca desperdiçando o que quer que fosse
dos “bons ofícios” à portuguesa no quadro dos sucessivos governos de
após 25 de Novembro de 1975, tendo em conta a absorção de muitos conceitos e
práticas do colonialismo português e dos nexos de inteligência que todos eles
propiciavam.
Isso
perdurou não só enquanto esteve em vigência o “apartheid”, mas também
quando as políticas hegemónicas unipolares incentivadas pela “civilização
judaico-cristã ocidental” se fortaleceram e impactaram da maneira mais
terrível (choque neoliberal entre 1992 e 2002), quanto da maneira mais “persuasiva” (quando
se foi evidenciando a terapia neoliberal em Angola, de 2002 aos nossos dias)…
para esse efeito a inteligência económica dos sucessivos governos de Portugal,
vassala dos poderosos, tal como do Bilderberg, esperaram a sua hora!
Em
relação a Angola, por alturas do passamento físico do Comandante Fidel, foi
justo o que escrevi na Embaixada de Cuba enquanto “soldado do MPLA” e
antigo combatente angolano, face à fotografia do Comandante, insigne lutador
pelas mais justas causas libertárias de África:
“…
De Argel ao Cabo…
Cavalgando
com Fidel!
…
Levando o ardor progressista desde contra o baluarte do colonialismo francês no
Norte de África…
…
Até contra o bastião mais retrógrado e fascista que existia à face da Terra
após a IIª Guerra Mundial, em seu perverso domínio em toda a África Austral…
…
Precisamente no sentido inverso ao projetado pelo império anglo-saxónico sob
inspiração de Cecil John Rhodes… do Cabo ao Cairo…
…
Em 55 anos foi de facto um vulcão libertário que sacudiu África e se distendeu,
um vulcão libertário cuja energia tem aqui e agora, no berço da humanidade,
oportunidade para muito melhor se refletir, se equacionar e inteligentemente
aproveitar!...
…
Quanto os africanos não têm saudavelmente absorvido do legítimo contributo e
histórica responsabilidade revolucionária cubana, por via das armas enquanto
houvera que ser, por via da educação e da saúde enquanto nesses 55 anos o foi,
o é… e o será no porvir!?
Vencido
o colonialismo pelas armas… vencido o apartheid pelas armas… vencidas
algumas de suas sequelas pelas armas… quando face às bombas nucleares nenhum
combatente progressista recuou… a paz, a harmonia e a luta contra o
subdesenvolvimento tornou-se mais possível que nunca!...”
A
consultar de Martinho Júnior:
A
ambiguidade feita cultura política – http://paginaglobal.blogspot.com/2013/11/a-ambiguidade-feita-cultura-politica.html
Assim
se faz a hegemonia – http://paginaglobal.blogspot.pt/2013/07/assim-se-faz-hegemonia.html
Eleições
na letargia duma colónia periférica – http://paginaglobal.blogspot.com/2013/10/eleicoes-na-letargia-duma-colonia.html
Programa
soft power da CIA contra Angola, passa por Portugal – http://paginaglobal.blogspot.com/2017/01/programa-soft-power-da-cia-contra.html
Assimilação
neocolonial sem precedentes – http://paginaglobal.blogspot.com/2017/03/assimilacao-neocolonial-sem-precedentes.html
Neocolonialismo
em brandos costumes e dois episódios – http://paginaglobal.blogspot.com/2017/03/neocolonialismo-em-brandos-costumes-e.html
Portugal
à sombra de ambiguidades ainda não ultrapassadas – I – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/04/portugal-sombra-de-ambiguidades-ainda.html
Portugal
à sombra de ambiguidades ainda não ultrapassadas – II – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/04/portugal-sombra-de-ambiguidades-ainda_30.html
Portugal
à sombra de ambiguidades ainda não ultrapassadas – III – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/05/portugal-sombra-de-ambiguidades-ainda.html
Portugal
à sombra de ambiguidades ainda não ultrapassadas – IV – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/05/portugal-sombra-de-ambiguidades-ainda_8.html
Portugal
à sombra de ambiguidades ainda não ultrapassadas – V – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/05/portugal-sombra-de-ambiguidades-ainda_14.html
Portugal
à sombra de ambiguidades ainda não ultrapassadas – VI – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/05/portugal-sombra-de-ambiguidades-ainda_18.html
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