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Macau, China, 14 out (Lusa) - O secretário-geral da FRETILIN, Mari Alkatiri, está em Macau com sete empresários timorenses interessados no reforço da cooperação com a China para recolher informações sobre as oportunidades de atração de investimento para Timor-Leste.
Acompanhado por homens de negócio dos setores da agricultura à construção, Alkatiri deslocou-se esta semana a Macau na sequência de um convite que lhe foi endereçado, em junho, pelo ex-chefe do Executivo, Edmund Ho, com quem vai hoje encontrar-se, de acordo com o Jornal Tribuna de Macau.
Com esta visita, o líder da oposição timorense pretende "obter mais informações sobre o fundo [de 1.000 milhões de dólares a ser criado pela China para o reforço da cooperação com os países lusófonos], qual a quota para Timor-Leste, se é que há alguma quota, ou se depende da capacidade de cada país de apresentar projetos", explicou em declarações àquele jornal.
O fundo foi anunciado em Macau, em novembro de 2010, pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, com o prazo de três anos para ser implementado pela iniciativa de bancos do interior da China e da Região Administrativa Especial sob a liderança do China Development Bank, mas as suas condições ainda não são conhecidas.
Wen Jiabao também anunciou na ocasião a concessão de créditos de 1.600 milhões de yuan (176 milhões de euros) para os países lusófonos de África e Ásia.
Alkatiri considera que o Governo timorense tem revelado "pouca capacidade de se organizar no sentido de tornar útil estas ofertas, não só da China como da União Europeia", considerando estar "numa boa posição para ajudar a estreitar relações não só a nível político, mas fundamentalmente a nível económico" pela sua "experiência como primeiro-ministro e agora como líder da oposição".
O responsável aponta como prioridades de investimento para Timor-Leste os setores da educação, saúde e infraestruturas, a par da agricultura, turismo e comércio e defende o aumento da "presença chinesa em termos de parcerias".
Ao constatar que a "ligação que tem vindo a ser desenvolvida pela China com Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde tem sido muito grande", Alkatiri lamenta que Timor esteja "um bocadinho atrasado neste processo".
E se Macau é uma plataforma entre a China e os países de língua portuguesa, Timor também poderá assumir esse papel entre a lusofonia e a Ásia Pacífico, afiançou.
"Timor é como uma Angola em ponto pequeno, e se nos conseguirmos desenvolver no contexto da Ásia Pacífico podemos tornar-nos noutra plataforma. O mais difícil é começar", declarou o secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN) ao Jornal Tribuna de Macau.
Timor vai ter eleições presidenciais e legislativas em março e junho de 2012, que, para Alkatiri, deverão "consolidar a transição da velha liderança para a nova", apontando que "isso só pode ser feito através da própria FRETILIN". Mas o líder da oposição diz não estar disponível para se candidatar a Presidente da República, salientando que o objetivo deverá ser a criação de "novas lideranças".
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