Se a emigração tem
sido a única alternativa para um crescente número de portugueses, "para
bem do país", o primeiro-ministro deve seguir-lhes o exemplo.
Um grupo de
populares que apoiam o Movimento Irrevogável tentaram oferecer um bilhete de
avião ao primeiro-ministro. A tentativa deu-se nos portões de entrada no centro
de congressos do Europarque, na Feira, antes da apresentação da rede
internacional de negócios BizFeira.
O líder do movimento explicou à agência Lusa que, embora o bilhete de avião
seja apenas simbólico, expressa "a vontade real de que Pedro Passos Coelho
faça aquilo a que vem obrigando os portugueses e também emigre".
O primeiro-ministro usou uma entrada secundária e evitou assim receber o
bilhete simulado sem destino de voo específico, mas o líder do movimento,
Victor Pinto, declara que a oferta mantém-se: "O primeiro-ministro pode
escolher o destino que quiser, desde que seja o mais distante possível de
Portugal".
As razões para que o Movimento Irrevogável pretenda esse afastamento
"devem-se ao facto de que este Governo ainda não apreendeu o significado
da palavra 'irrevogável' e continuar sem perceber que todas as suas acções são
contraproducentes".
Para Victor Pinto, são disso exemplificativos os dados "absolutamente isentos" do Instituto Nacional
de Estatística (INE), que recentemente demonstrou que "25,5% dos
portugueses viveram em 2013 com privações materiais, o que representa mais 3,7%
em relação aos valores de 2012".
O Movimento Irrevogável defende, por isso, que "a realidade do país está
em total desacordo com qualquer tipo de milagre económico como o que o Governo
está sempre a apresentar".
Outra referência estatística que, para esse responsável, demonstra que
"não se pode confiar minimamente neste Governo" é o agravar da
própria dívida púbica portuguesa, que "em 2009 era de 126 mil milhões de
euros e em Fevereiro deste ano já vai em mais de 212 mil milhões".
Se a emigração tem sido a única alternativa para um crescente número de
portugueses, Victor Pinto afirma que, "para bem do país", o
primeiro-ministro deve seguir-lhes o exemplo.
"Aqui ele já demonstrou que só sabe empobrecer toda a gente",
explica. "Mais vale ir para fora, para não nos deixar pior do que já
estamos", conclui.
O Movimento Irrevogável nasceu em Aveiro na sequência da demissão que Paulo
Portas anunciou como "irrevogável" e após a qual foi nomeado
vice-primeiro-ministro de Portugal.
Rádio Renascença
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