quarta-feira, 19 de março de 2014

Representante das Nações Unidas classifica Guiné-Bissau como "oásis de tolerância"




Mansoa, Guiné-Bissau, 19 mar (Lusa) - O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, classifica o país como "um oásis de tolerância num continente onde há muitos problemas étnicos e religiosos".

Aquele responsável falava na terça-feira à margem de um encontro com o líder dos imãs (chefes islâmicos) do país, em Mansoa, e em que foram discutidos os apoios que estes podem dar para o sucesso das eleições gerais de 13 de abril.

"A Guiné-Bissau é um oásis de tolerância num continente onde há muitos problemas étnicos e religiosos. Vemos os problemas que estão a acontecer, por exemplo, na Nigéria, República Centro Africana, Mali, Somália", entre outros, notou o representante da ONU.

Na Guiné-Bissau, apesar dos problemas causados pela elite política ou classe castrense não há guerra, acrescentou Ramos-Horta, destacando o papel dos líderes muçulmanos nesse contexto.

"Os chefes religiosos, os imãs da Guiné-Bissau, têm uma doutrina de moderação, apaziguadora, de serenidade", em vez de "confrontação" e "agressividade", enfatizou o responsável da ONU, prometendo dar mais apoio às suas ações.

"Devem ser reconhecidos e apoiados", sublinhou Ramos-Horta, ao anunciar que vai falar com outros responsáveis de instituições internacionais para que passem a dar mais atenção às ações dos líderes muçulmanos.

"Vou pedir aos meus colegas da comunidade internacional para que oiçam mais os imãs sobre como avançarmos com o processo de paz e de modernização da Guiné-Bissau", referiu.

Por seu lado, o presidente da União Nacional dos Imãs da Guiné-Bissau, Bubacar Djaló, destacou o papel pacificador da figura de José Ramos-Horta no país e disse esperar que as próximas eleições "decorram da melhor forma".

"Esperamos que as eleições decorram da melhor forma pelo excelente trabalho que Ramos-Horta tem feito ao longo desse tempo em que tem estado entre nós", afirmou Bubacar Djaló.

Os muçulmanos representam 45% da população (1,7 milhões) da Guiné-Bissau, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censo.

A Guiné-Bissau realiza eleições gerais a 13 de abril, que marcam o fim do período de transição que se seguiu ao golpe de Estado de 12 de abril de 2012.

MB // VM – Lusa, em Porto Canal

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