Díli, 04 abr (Lusa)
- O ex-chefe da diplomacia de Portugal Luís Amado disse hoje que a entrada da
Guiné Equatorial na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa é uma decisão
que cabe aos chefes de Estado e de Governo da organização.
"É uma decisão
que cabe aos chefes de Estado e do Governo no âmbito dos compromissos que foram
sendo assumidos ao longo da última década em relação à Guiné Equatorial",
afirmou Luís Amado.
Luís Amado falava
durante a sessão de perguntas e respostas de uma conferência que proferiu hoje
em Díli dedicada ao tema "A CPLP no Contexto Internacional: Desafios e
Oportunidades" e, depois de um pedido de esclarecimento do público sobre a
possível entrada da Guiné-Equatorial, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros
português que é atualmente administrador do banco português BANIF remeteu todas
as responsabilidades para os políticos.
"Como sabe há
um conjunto de Estados que promove a entrada ou a adesão da Guiné Equatorial há
bastante tempo à CPLP, mas é uma decisão que move os chefes de Estados e de
Governo. A vontade soberana dos chefes de Estado e de Governo se pronunciarem
sobre essa decisão não a posso comentar de forma alguma", limitou-se a
dizer Luís Amado.
"É um processo
político interno da organização que passa pelas decisões dos chefes de Estado e
de Governo", acrescentou Luís Amado, que foi nomeado pelo governo
timorense vice-presidente da Comissão Preparatória da Cimeira da CPLP, que vai
decorrer em Díli, em julho.
Na sua intervenção,
o ex-governante português também não abordou a entrada de capital da Guiné
Equatorial no capital social do BANIF, já comunicada à Comissão de Mercados de
Valores Mobiliários (CMVM) portuguesa.
A Guiné Equatorial,
ex-colónia espanhola e um dos maiores produtores de petróleo de África, é
liderada desde 1979 por Teodoro Obiang Nguema e é alvo de críticas por parte de
organizações internacionais por violações dos direitos humanos.
Em fevereiro,
durante um encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP, decorrido
em Maputo, foi aprovada uma deliberação que recomenda a adesão plena da Guiné
Equatorial, mas a decisão final só poderá ser tomada na próxima cimeira de
chefes de Estado e Governo da comunidade lusófona.
MSE (VM) //PJA - Lusa
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