sábado, 5 de julho de 2014

CABO VERDE, 5 DE JULHO. 39 ANOS DE INDEPENDÊNCIA




Independência/39 anos: É momento ideal para avaliar as conquistas e melhorar o bem-estar dos cabo-verdianos - PR

O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, considera que passados 39 anos da Independência é momento para se fazer uma avaliação "profunda" dos ganhos e conquistas alcançados e procurar pistas para melhorar o bem-estar do povo cabo-verdiano. 

“Quando falo de qualidade de vida e bem-estar penso nos critérios como a justiça social e a equidade. Estamos no momento em que temos que reduzir os níveis de pobreza. Temos que atenuar grandemente as desigualdades sociais, reduzir de forma significativa as assimetrias entre as regiões e as ilhas”, precisa o chefe de Estado em entrevista à Inforpress a propósito dos 39 anos da independência.

Jorge Carlos Fonseca considera ainda não haver dúvidas que a qualidade de vida dos cabo-verdianos teve "melhorias consideráveis”, quando comparado com a condição dos anos anteriores a 1975, mas frisa que é necessário atingir níveis “bem mais audaciosos e ambiciosos”, para alcançar aquilo que é meta da governação de “tornar as pessoas mais felizes”.

“Eu diria que, estando nós perto de um marco simbólico, 40 anos de Independência, o país tem de criar as condições para que as pessoas tenham mais saúde, mais solidariedade social, mais protecção social, mais segurança e níveis de ensino de mais qualidade, mais liberdade e mais democracia”, sugere.

“No fundo, mais bem-estar e mais qualidade de vida efectiva”, sublinha o alto magistrado da nação.

Jorge Carlos Fonseca alerta ainda que é preciso dar um “salto qualitativo”, na mobilização de meios e na criação de políticas adequadas para, de facto, num prazo não muito longo, Cabo Verde seja um país verdadeiramente desenvolvido.

“Creio que temos condições para tal. Portanto, esse é o momento para fazermos uma avaliação profunda dos avanços e das conquistas que já fizemos, que são muitas e que muito nos orgulhámos, e buscar soluções para os problemas”, defende.

Ao falar dos problemas que precisam ser resolvidos “imediatamente”, citou a questão da insegurança e do desemprego, cujos níveis, na sua perspectiva, já preocupa “grandemente” as pessoas.

No entender do Chefe de Estado, é preciso atenuar e atingir níveis comunitariamente “suportáveis” e para isso tem que haver "políticas adequadas eficientes e inteligentes”, que não ponham em causa o núcleo essencial daquilo que é Estado de Direito e a Democracia.

Em relação ao desemprego, que aponta como um dos “grandes desafios” do país, defende que para a sua resolução é necessário um "crescimento mais robusto e sustentado” da economia.

“O desemprego é um dos grandes desafios que temos neste momento. Uma média nacional de 16,7 por cento ou acima dos 30 por cento dos jovens, é uma média que já constitui motivo de alguma preocupação”, disse.

A criação de um sistema de educação “muito qualificado”, modernização do sistema de justiça para que ela seja mais acessível e, sobretudo, “mais eficiente” ao serviço da comunidade, num quadro de um Estado de Direito, foram apontados pelo Presidente das Ilhas como outros dos desafios que se inserem num “desafio maior”, que é de ter uma “democracia moderna e avançada e um país muito mais competitivo” no mundo globalizado em que se vive.


*Título PG

Independência/39 anos: Cabo Verde comemora progressos alcançados de olho no desenvolvimento médio

Cabo Verde assinala, hoje, 05 de Julho, o 39º aniversário da independência nacional, um tempo em que registou progressos importantes, ciente de que precisa dar um salto qualitativo rumo ao desenvolvimento médio, com menos pobreza e menos insegurança.

Todo o cabo-verdiano, dentro e fora do país, reconhece as "melhorias consideráveis” registadas na qualidade de vida, mas é preciso fazer uma avaliação "profunda" dos ganhos e conquistas alcançados e procurar pistas para melhorar o bem-estar do povo cabo-verdiano, como aconselha o Presidente da República em declarações à Inforpress a propósito dos 39 anos de vida livre e independente.

Na visão de Jorge Carlos Fonseca, Cabo Verde precisa dar um “salto qualitativo”, na mobilização de meios e na criação de políticas adequadas para, de facto, num prazo não muito longo, ser um país verdadeiramente desenvolvido, com condições para resolver questões como a insegurança e o desemprego.

O primeiro-ministro partilha da mesma opinião e considera que Cabo Verde deve ambicionar “muito mais” e continuar a trabalhar e a fazer as reformas necessárias para criar, efectivamente, as condições para integrar o rol dos países de desenvolvimento médio.

José Maria Neves acredita que esta visão engrandece os esforços desenvolvidos pelos diversos Governos para a construção de um Estado soberano que deixou o grupo dos Países Menos Avançados (PMA) para integrar os de rendimento médio, graças ao forte investimento feito nas áreas de educação, saúde, solidariedade e protecção social, infra-estruturação, etc., na era da pós-independência.

O Banco Mundial destaca, também, a aposta feita na abertura da economia, nas reformas de mercado e privatizações e do próprio Estado, bem como na manutenção de um ambiente macroeconómico estável e na melhoria do ambiente de negócios.

O Banco Africano de Desenvolvimento reconhece, por seu lado, como grandes razões do sucesso cabo-verdiano o investimento consistente no capital humano, na boa governação e na gestão do Estado e da economia e na estabilidade político-social, bem como a generosidade da comunidade internacional e os laços fortes com a diáspora.

E assim Cabo Verde pôs fim ao espectro da seca e da fome que marcaram o país em 500 anos de dominação colonial, com os esforços de crescimento da economia e de redução da pobreza, através do emprego e programas sociais, a demonstrar resultados, como atestam várias instituições de avaliação internacionais.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam que a percentagem da população a viver abaixo do limiar da pobreza decresceu de 49% em 1988/89 para 37% em 2001/2002 e depois para 26,6% em 2007.

Estimativas preliminares realizadas depois desse período confirmam, igualmente, que a pobreza continua a decrescer, apesar de um abrandamento devido aos impactos da crise mundial, estimando-se que, actualmente, cerca de 25% da população seja pobre.

O Documento de Estratégia de Crescimento e Redução da Pobreza 2012-2016 (DECRP III) dá também conta dos resultados significativos do país na maioria dos indicadores não relativos ao rendimento, com destaque para a frequência do ensino básico, que continua com uma taxa bruta de escolarização acima dos 100%, seguindo-se os ganhos nas áreas de água, saneamento e electrificação, sobretudo no meio rural.

A economia também cresceu e procedeu-se ao lançamento de sectores críticos como turismo, construção e imobiliário, ao mesmo tempo que o Governo fez uma série de reformas e investiu, de forma substancial, em estradas, portos e aeroportos e na atracção do investimento directo estrangeiro.

O DECRP III assinala como grande desafio do país a construção de uma economia com alto nível de crescimento sustentável e inclusivo no sentido de superar as condicionantes chave: vulnerabilidade estrutural, dependência externa, desemprego (especialmente jovem), pobreza, desigualdade na distribuição do rendimento, oportunidades reduzidas de emigração e consequente queda de remessas.

Para diminuir o número de desempregados, que continua alto, propõe uma aposta na diversificação económica e num maior engajamento da diáspora, como investidores ou agentes para a transferência de ‘know how’.

O Governo espera que a agenda de transformação em curso consiga potenciar a promoção de um turismo de alto valor acrescentado, de uma economia marítima orientada para as pescas, serviços e transbordo de mercadorias e de aero negócios que façam de Cabo Verde um ‘hub’ regional para carga, comércio, zona franca e serviços.

Prevê, igualmente, transformar o arquipélago num centro para serviços financeiros, aproveitar as novas tecnologias de informação e comunicação, construir uma indústria criativa e desenvolver o agro-negócios, tendo como meta uma economia moderna e de alto rendimento, baseada em serviços.

O acto central das comemorações dos 39 anos de independência nacional realiza-se no Mindelo (São Vicente), tendo como ponto alto uma sessão especial do Conselho de Ministros na cidade onde foi aprovado o primeiro programa do Governo de Cabo Verde e que vai homenagear antigos membros do executivo.


Sem comentários:

Mais lidas da semana