Num
artigo lancinante, a Forbes noticiou este fim-de-semana que a crise no BES
poderá ainda conhecer um novo episódio. Desta feita, noticia a publicação
norte-americana que os ‘maus ventos’ poderão vir de África, nomeadamente de
Angola e do BESA.
“Como
se ter sido posto de joelhos por um conglomerado corrupto de base familiar não
fosse o suficiente, o Banco Espírito Santo poderá agora conhecer novas perdas
devido ao falhanço da sua subsidiária em Angola. O BES é dono
de 55% do segundo maior banco de Angola, o BES Angola. Em anos recentes, o BESA
tornou-se criticamente dependente do BES para se financiar, por causa do seu
rácio de depósitos/empréstimos e da deterioração da sua carteira de depósitos”.
É
desta forma que a Forbes dá início a um extenso artigo onde se explicam as
implicações ‘africanas’ do BESA no banco português, sobretudo pela exposição do
BES ao banco angolano, que rondará os três mil milhões de euros.
Depois,
lê-se ainda que o regime angolano é um dos mais corruptos do mundo e que para
fazer negócios no país dominado por José Eduardo dos Santos e pelos negócios
Isabel Soares dos Santos é necessário ter algum envolvimento com o partido
político dominante.
Na
mesma peça, diz-se que que o BESA, mais do que ser um banco como deveria ser
entendido, acabou por ser um parceiro do governo local, tanto que os seus
investimentos ignoraram pressupostos de produtividade, ficando o banco aos
dispor dos poderes instalados.
Alega-se
ainda que o rácio de empréstimos/depósitos rondam os 200%, tendo quase
duplicado entre 2010 e 2012, o que associado à qualidade dos empréstimos
realizados, que se deterioram a ritmo rápido, aumenta ainda mais as
preocupações quanto à liquidez e solvabilidade do banco.
Explica
a Forbes que, após a separação do BES em dois bancos, com os investimentos
portugueses em Angola a permanecerem no banco mau, o governo angolano encarou
isso como um ato hostil, tendo a garantia soberana sobre o BESA sido cancelada.
Agora,
numa altura em que ainda há muita incerteza relativamente à forma como será
gerida a situação do banco mau, ficam incertezas sobre como será resolvida esta
questão, sendo certo que as relações económicas erigidas entre Portugal e
Angola, através do Banco, poderão ter os dias contados.
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