domingo, 17 de agosto de 2014

Portugal: CARLOS COSTA DEVERIA ESTAR PRESO OU INIBIDO DE FUNÇÕES BANCÁRIAS




O Destino Vingou Vítor Constâncio


O regulador Carlos Costa, governador do BP, deveria estar preso ou inibido de qualquer função bancária porque foi diretor-geral do BCP-Millenium entre 2000 e 2004, época em que, segundo o Expresso Revista de hoje, "foram feitos os polémicos aumentos de capital com recursos a offshores, ainda Jorge Jardim Gonçalves era líder do banco".

Nessa altura o diretor-geral Carlos Costa deu cobertura a dois crimes: a transferência para offshores de avultadas verbas; empréstimos a clientes para essas transferências e com esse dinheiros comprar ações do BCP.

Os clientes foram enganados quanto à situação real do banco e foram feitas emissões de ações em excesso, pelo que perderam rapidamente o seu valor em bolsa, tendo chegado aos 4 cêntimos depois de terem valido vários euros. Berardo perdeu uma parte importante da sua fortuna neste logro preparado por Jardim Gonçalves e Carlos Costa.

Em princípio eu nada teria contra Carlos Costa, mas saliento a vingança do destino, dado ele ter sido tão violento com o PS e, em particular com o seu antecessor Vítor Constâncio, sabendo que tinha muitos telhados de vidro.

Quando foi nomeado governador do Banco de Portugal meteu uma série de economistas e criou praticamente um gabinete de supervisão para cada um dos bancos portugueses e até convenceu a Universidade Nova a fazer um curso de supervisão bancário.

Com tanto aparato que custou alguns milhões de euros, nem o Carlos Costa nem o seu vice-presidente não detetaram nada do que se passava no BES e foi só um enorme dossier de denúncia elaborado por uma equipe de advogados contratados por Pedro Queiroz Pereira que se defendia da tentativa de Ricardo Salgado de assumir o controle a Semapa/Portucel aliado às irmãs do ex-corredor de ralies PQP. Salgado queria ter no seu banco os importantíssimos movimentos de caixa da maior exportadora portuguesa com a possibilidade de desviar para os seus bancos na Suíça, Luxemburg e outros países parte das receitas e não pagar as dívidas à CGD, já que sabia que o governo nunca iria deixar cair a empresa que mais exporta um produto genuinamente nacional, o papel obtido a partir da pasta de eucaliptos nacionais e inteiramente fabrica no País.

A ganância pelo poder e controle de empresas levou o Grupo Espírito Santo à ruina pois conta com mais de 400 empresas, admitindo-se que no seu todo tenham dívidas ao BES em mais de 15 mil milhões de euros, ou quase 10% do Pib nacional. Saliente-se que antes de rebentar a crise, os depósitos no BES somavam mais de 57 mil milhões de euros, ou seja, 35% do Pib nacional. Agora tem sido retirado muito dinheiro e há quem julgue que já saíram uns 5 a 7 mil milhões de euros. As pessoas têm medo e quando se lê o Expresso de hoje, calcula-se que a maior parte dos buracos não são conhecidos e que a teia constituída por mais de 400 empresas é de difícil supervisão. 

Carlos Costa andou sempre a mentir quando dizia que o BES e as empresas do Grupo estão perfeitamente separadas e a exposição (dívida das empresas da família) ao BES é de pouco mais de mil milhões de euros. Multiplique isso por sete ou, talvez, até por 10 para conhecer o número exato. Ainda ontem morreu um trabalhador numa obra de reconstrução de um prédio a cargo da "Espírito Santo Proprety", empresa com obviamente sede no estrangeiro a admitir pelo seu nome inglês como a maior parte. Foi esse o grande erro de Carlos Costa, o não ter examinado a solvabilidade e origem dos papéis comerciais e de aplicações vendidos nos balcões do BES.


Título adotado por PG retirado do inicio do texto do autor

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