domingo, 24 de agosto de 2014

SUCESSO DO REFERENDO CIVIL EM MACAU CAUSA DETENÇÕES E REPRESSÃO DAS AUTORIDADES




Está finalmente em curso a votação popular e democrática do referendo civil em Macau, promovido por cidadãos à margem dos controleiros oficiais daquela espécie de “democracia” que vigora em Macau e em Hong Kong subjugada à vontade de Pequim para o que der e convier.

O sucesso do referendo está a ser evidente. As autoridades daquela dita Região Autónoma estão, pelo sucesso à vista, a perder a cabeça e a expor as suas faces ocultas associadas a detenções e à repressão conveniente para aquele regime antidemocrático vigente. Tanto em Macau como no vizinho Hong Kong – que também registou enorme sucesso no referendo civil que já realizou. Pretendem ignorar os pequenos, médios e grandes ditadores que é sempre uma questão de tempo para que a vontade popular e democrática se concretize. Façam o que fizerem o referendo em Macau já é um sucesso.

Em notícias da Agência Lusa damos conta do que está a acontecer em Macau sobre esta matéria e expressa vontade popular. (MM/PG)

Cerca de 150 votos por hora em referendo civil sobre sufrágio universal em Macau

24 de Agosto de 2014, 20:08

Macau, China, 24 ago (Lusa) - O referendo civil sobre o sufrágio universal, que arrancou hoje, promovido por três associações pró-democracia em Macau, está a registar uma média de 149 votos por hora.

De acordo com dados publicados no portal da votação 'online', entre as 00:00 e as 18:00 locais (entre as 17:00 de sábado e as 11:00 de hoje em Lisboa), 2.698 tinham votado.

Um referendo não oficial sobre a eleição do chefe do Executivo de Macau por sufrágio universal arrancou hoje naquela região administrativa especial chinesa.

A iniciativa decorrerá até ao próximo dia 30 e será feita por voto eletrónico (por computador ou telemóvel), e em dois dos dias da consulta em cinco locais de voto a instalar na região.

A consulta, lançada por três associações ligadas ao campo pró-democrático - Consciência de Macau, Juventude Dinâmica de Macau e Sociedade Aberta de Macau -, coincide com a escolha, por um colégio eleitoral, do próximo chefe do Executivo da região administrativa especial, corrida em que está apenas um candidato, o atual líder do governo, Chui Sai On.
Cinco ativistas foram detidos hoje, incluindo o promotor da iniciativa.

Andrew Cheong, membro da Sociedade Aberta, disse que Jason Chao foi levado pela Polícia Judiciária.

Jason Chao, líder de duas das três associações organizadoras do referendo - a Sociedade Aberta de Macau e Consciência de Macau - foi, segundo o mesmo ativista, levado pela Polícia Judiciária (PJ) já depois de a votação presencial para o referendo informal ter sido suspensa pelos seus promotores.

Jason Chao lançou o referendo, esta manhã, na Rua do Campo, em frente à Direção dos Serviços de Administração e Função Pública, um dos cinco locais previamente estabelecidos para a votação física, feita através da recolha de votos com 'tablets' pelos voluntários, uma vez que o Tribunal de Última Instância impediu a colocação de urnas.

Antes da detenção de Jason Chao, outros quatro ativistas, incluindo o vice-presidente da Associação Novo Macau Scott Chiang, que se encontravam noutro ponto de votação - o bairro de São Lourenço - foram levados pela Polícia de Segurança Pública, que terá apreendido dois 'tablets' nos quais estava a ser efetuada, até então, a votação presencial.

Duas questões integram o referendo: a primeira interroga os residentes do território - permanentes e não permanentes - se concordam que o chefe do Executivo da Região de Macau deve ser eleito por sufrágio universal em 2019, e a segunda questiona o nível de confiança da população no candidato ou eventuais candidatos a chefe do Executivo. Os boletins de voto vão estar disponíveis em três línguas: português, chinês e inglês.

Macau é uma Região Administrativa Especial da República Popular da China desde 20 de dezembro de 1999, depois de cerca de 500 anos de administração portuguesa, possui autonomia (face à China) administrativa, legislativa e judicial.

DM/FV (EL) // ZO - Lusa

Detido promotor de referendo civil sobre sufrágio universal em Macau

24 de Agosto de 2014, 16:59

Macau, China, 24 ago (Lusa) -- O promotor do referendo civil sobre sufrágio universal em Macau, Jason Chao, foi hoje detido pela Polícia Judiciária, disse Andrew Cheong, membro da Sociedade Aberta, uma das três associações pró-democracia organizadoras da iniciativa.

Jason Chao, líder de duas das três promotoras do referendo -- a Sociedade Aberta de Macau e Consciência de Macau -- foi levado pela Polícia Judiciária (PJ) já depois de a votação presencial para o referendo informal ter sido suspensa pelos organizadores, segundo o mesmo ativista.

"Ele informou os outros voluntários que ia à casa-de-banho e dois ou três minutos depois recebemos uma mensagem de texto a dizer que ele tinha sido detido pela PJ", explicou Andrew Cheong.

Jason Chao lançou o referendo, esta manhã, na Rua do Campo, em frente à Direção dos Serviços de Administração e Função Pública, um dos cinco locais previamente estabelecidos para a votação presencial, feita através da recolha de votos com 'tablets' por voluntários, uma vez que o Tribunal de Última Instância impediu a colocação de urnas.

Antes da detenção de Jason Chao, outros quatro ativistas, incluindo o vice-presidente da Associação Novo Macau Scott Chiang, que se encontravam noutro ponto de votação -- o bairro de São Lourenço -- foram levados pela Polícia de Segurança Pública, que também apreendeu dois 'tablets' nos quais estava a ser efetuada, até então, a votação presencial.

Contactada pela agência Lusa, a polícia remeteu esclarecimentos para mais tarde, tendo convocado uma conferência de imprensa para as 16:00 (09:00 em Lisboa).

A votação online foi iniciada hoje e continua a decorrer na página de Internet do referendo Macau2014.org.

Até às 14:00 [07:00 em Lisboa] votaram 1.317 pessoas no referendo civil.

FV // ZO - Lusa

Quatro detidos e suspensa votação física de referendo civil sobre sufrágio universal em Macau

24 de Agosto de 2014, 15:40

Macau, China, 24 ago (Lusa) - Quatro voluntários envolvidos na organização do referendo informal sobre o sufrágio universal em Macau foram hoje levados pela polícia e a votação física foi suspensa, afirmou o ativista Jason Chao.

"Os voluntários que se encontravam no bairro de São Lourenço foram levados pela Polícia de Segurança Pública. Um deles é Scott Chiang [vice-presidente da Associação Novo Macau]", disse Jason Chao, líder de duas das associações promotoras da iniciativa: a Sociedade Aberta de Macau e Consciência de Macau.

Além das detenções, a polícia apreendeu dois 'tablets', disse aos jornalistas Jason Chao, algo que o ativista atribui ao facto de as autoridades querem perceber o processo de votação.

Contactada pela agência Lusa, a polícia remeteu esclarecimentos para mais tarde.

A votação arrancou hoje na internet e em cinco locais, onde voluntários recolhiam votos através de 'tablets', uma vez que o Tribunal de Última Instância impediu a colocação de urnas. Todavia, menos de duas horas depois do início, a votação física acabou por ser suspensa, tendo os voluntários permanecido nos locais distribuindo panfletos, informou Jason Chao.

O ativista acusou a polícia de ameaçar prender os voluntários por alegada violação da Lei de Proteção de Dados Pessoais, o que levou à interrupção da votação física.

"Recebi indicações de que os agentes policiais não estavam apenas a perturbar os nossos voluntários. As pessoas depois de exercerem o direito de voto também foram perturbadas pela polícia. Foram paradas e foi-lhes pedido o bilhete de identidade. Sinto-me envergonhado com o que a polícia está a fazer. É uma grave violação dos Direitos Humanos", disse Jason Chao.

Esta manhã, representantes do Gabinete de Proteção de Dados Pessoais deslocaram-se a um dos locais de voto e entregaram uma carta aos promotores do referendo informal, depois de na sexta-feira terem emitido um comunicado a "avisar os organizadores que não podem tratar os dados pessoais para a finalidade de "referendo civil", caso contrário, podem assumir as respetivas responsabilidades jurídicas pela violação da Lei da Proteção de Dados Pessoais".

"Disse-lhes que a nossa forma de processamento de dados pessoas está completamente de acordo com a lei vigente sobre a Proteção de Dados Pessoais", reagiu hoje Jason Chao.

"A ideia principal do diploma é a de que se obtenha a autorização dos cidadãos antes de processar esses dados. E no nosso 'site' os cidadãos têm de concordar com essas informações antes de avançarem para a votação", acrescentou, ao incitar a a população a exercer o direito de voto através da internet (macau2014.org).

O ativista adiantou que desde o início da votação online tinham sido detetadas sete possíveis ameaças provenientes do interior da China e que, apesar de não ter sido concretizado qualquer ataque informático à página da Internet, a organização decidiu suspender "o tráfego a partir do interior da China" como medida de precaução. "É possível votar a partir de todo o mundo, menos do interior da China", referiu.

De acordo com os dados disponibilizados na página de internet para a votação online, até às 14:00 [07:00 em Lisboa] votaram 1.317 pessoas no referendo civil.

FV // ZO - Lusa

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