A
FNLA está doente e em crise e tem que caminhar para o diálogo para se
reafirmar, disse o líder histórico da FNLA Ngola Kbango no programa Angola Fala
Só desta sexta-feira, 5
Voz da América, em Angola Fala Só
Ngola
Kabango, que diz ser o líder eleito da FNLA, lidera uma das facções do partido.
A outra, reconhecida por um tribunal angolano, é dirigida por Lucas Ngonda.
No
programa e em resposta a vários ouvintes, Ngola Kabango deu o seu apoio à
realização de um congresso extraordinário para se resolver a crise.
Anteriormente,
vários militantes do partido afirmaram ser necessária a realização de um
congresso extraordinário, aventando a hipótese da crise ser resolvida pelo
afastamento da liderança do partido dos dois dirigentes.
“O
mais importante é realizar o diálogo para que possamos realizar um congresso
democrático”, disse Ngola Kabango, afirmando que questões de liderança
poderão ser resolvidas nesse congresso.
Para
Ngola Kabango o tribunal “errou” ao reconhecer a liderança de Lucas Ngonda, mas
acrescentou: “Deixemos o tribunal de lado. Concentremos os nossos esforços na
realização de um congresso”.
A
figura histórica da FNLA disse não existir um problema pessoal com Lucas
Ngonda. “O conflito que existe não é entre Lucas Ngonda e Ngola Kbango,
pois não tenho, nem nunca tive e espero nunca ter qualquer problema pessoal com
Lucas Ngonda”, reiterou.
Para
o convidado, o que existe é um problema político, um problema de orientação e
diz estar "mais preocupado em criar condições para um diálogo”.
Interrogado
por um ouvinte sobre se as divisões dentro da FNLA se deviam a interferências
externas, Kabango disse que “as ingerências do MPLA são bem conhecidas, pelo
que “é necessário reforçar a coesão através de um congresso”.
“A
FNLA não é um partido satélite nem nunca o será”, disse, voltando a sublinhar
a necessidade da unificação partidário para que a FNLA seja forte.
Um
ouvinte fez notar que no passado a FNLA tinha realizado outros congressos sem
que os problemas da divisão interna tivessem sido resolvidos. Ngola Kabango
reconheceu que até agora não recebeu qualquer resposta de Lucas Ngonda para um
congresso extraordinário já proposto por vários militantes.
“Temos
que mudar a situação e virar a página”, disse Ngola Kabango que acrescentou ser
sua intensão “tudo fazer para que o partido se possa reencontrar”. Para ele
"um partido fraco não pode governar”.
Um
ouvinte quis saber a sua opinião sobre a suspensão dos alegados assassinos dos
activistas Isaías Cassule e Alves Kamulingue. O tribunal diz estar a estudar se
tem competência para continuar com o julgamento porque um dos acusados foi
promovido a general.
Para
Ngola Kabango, essa promoção é algo de “indigno”. “É nojento. Não se promove um
assassino”, disse.
Ngola
Kabango insurgiu-se também contra a proposta de lei que dá poderes ao
presidente da República para conceder a nacionalidade angolana e afirmou que o
Chefe de Estado “não pode colocar-se acima da Assembleia nacional”.
“A
Assembleia Nacional não é uma célula do MPLA, a assembleia é nacional”, afirmou
Ngola Kabango que rejeitou também a acusação de alguns ouvintes de que os
partidos da oposição pouco ou nada fazem.
“A
oposição tem feito o que é possível”, reiterou e adaintou que ela tem “muitas
dificuldades” para levar a cabo as suas acções principalmente nas zonas do
interior do país.
No
que diz respeito a Cabinda Ngola Kabango defendeu a “integridade territorial de
Angola, mas disse que o problema “político-militar” tem que ser resolvido
através de um dialogo nacional em que se tenha em conta que o povo de Cabinda
“tem direito ás suas riquezas”.
“A
única maneira (de resolver a questão de Cabinda) é o diálogo”, disse,
afirmando ainda que dentro do respeito pela “integridade territorial” se podem
“resolver os problemas locais”.
A
verdadeira paz em Angola só será encontrada com a paz emCabinda, acrescentou.
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