Sydney, Austrália,
09 set (Lusa) -- A Austrália rejeitou hoje as críticas da ONU de que a forma
como trata requerentes de asilo está a conduzir "a uma série de violações
dos direitos humanos".
O novo alto
comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid al-Hussein, aproveitou, esta
segunda-feira, o seu discurso inaugural, em Genebra, para criticar a forma como
a Austrália lida com os requerentes de asilo, advertindo que a sua política
está a conduzir a uma série de violações, as quais incluem a detenção arbitrária
e eventual tortura após o seu repatriamento.
À luz da política
de 'linha dura' de Camberra, os imigrantes que chegaram à Austrália desde julho
de 2013 -- incluindo menores -- têm sido enviados para centros na ilha de
Manus, na Papua Nova Guiné, e para o remoto estado de Nauru, no Pacífico.
O ministro da
Imigração australiano, Scott Morrison, refutou as alegações das Nações Unidas,
afirmando que teria muito gosto de discutir estes assuntos como faz, numa base
regular, com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
"O mais
flagrante abuso de direitos humanos que conheço é a decapitação e crucificação
de pessoas na Síria e no Iraque onde a Austrália está a tentar aliviar a crise
humana", realçou.
Anteriormente,
Morrison tinha afirmado que as políticas do seu partido nesta matéria se têm
revelado eficazes em travar a morte de pessoas no mar ao dissuadi-las de
embarcar rumo à Austrália.
Apenas um barco com
requerentes de asilo alcançou território continental australiano desde
dezembro. Antes, as embarcações chegavam quase diariamente, com centenas de
pessoas a morrerem na travessia.
DM // DM - Lusa
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