O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou hoje o Governo de estar a
vender ao desbarato tudo o que é estratégico, deixando o país sem alavancas de
desenvolvimento e crescimento futuro.
"Querem
privatizar tudo o que dá lucro, desarmando o nosso país de alavancas
estratégicas fundamentais para o nosso desenvolvimento. Este Governo está a
vender ao desbarato tudo o que é estratégico e fundamental para o nosso
país", disse.
Na
sua intervenção num almoço convívio de comunistas que decorreu em Viseu, o
líder do partido sublinhou que a privatização dos CTT vai ter consequências,
especialmente no interior do país onde irão encerrar postos de correio.
"Se
aquilo dava lucro, então privatizaram para quê? Para encher os bolsos ao
capital, designadamente ao capital estrangeiro", apontou, aludindo ainda à
empresa de resíduos sólidos e da água que também pretendem privatizar.
Na
sua opinião, ao privatizarem as empresas nacionais que dão lucro, futuramente o
país fica sem qualquer tipo de "alavanca estratégica".
"Este
é um problema sério com que os portugueses vão ser confrontados no futuro,
porque depois sem alavancas fundamentais só há uma solução: carregar mais nos
impostos, carregar mais nos direitos dos trabalhadores, nos salários, pensões e
reformas", acrescentou.
Aos
longo dos 25 minutos de discurso, o secretário-geral do PCP frisou que não é
por acaso que "está previsto que até 2020 sejam sacados aos trabalhadores
e reformados mais 7 mil milhões de euros de aplicação de austeridade".
"Pode
não se perceber nada de politica, mas há uma coisa que todos os portugueses
percebem: assim não vamos lá".
Na
sua opinião, o caminho que o Governo tem tomado está a conduzir o país para o
seu afundamento, comprometendo o futuro de gerações.
Para
inverter o rumo do país, o líder comunista aponta que é necessário renegociar a
dívida.
"Como
devedores também temos direitos de renegociar montantes e prazos",
esclareceu, realçando ainda a necessidade do país produzir mais e criar mais
riqueza.
"Temos
um país com um povo de grande valor e recursos naturais tão valiosos. Na
indústria e na agricultura também temos possibilidades imensas",
sustentou.
Jerónimo
de Sousa defendeu também a necessidade de valorização dos salários, pensões e
reformas.
"Só
conseguimos crescimento económico através da valorização dos salários, pensões
e reformas", concluiu.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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