sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Portugal: PS pede “pacto” para antecipar legislativas e Passos recusa



Rita Tavares – jornal i

Ferro regressa ao palco político desafiando Passos a pedir um debate com António Costa na televisão

No regresso à primeira linha do combate político, Ferro Rodrigues representou o PS no debate quinzenal desta sexta-feira e arrancou com um desafio: um “pacto de regime para antecipar a data das legislativas em nome do “bom senso”. Passos respondeu: “Respeitaremos os prazos constitucionais.”

O novo líder parlamentar do PS colocou esta questão na agenda pela primeira vez desde que António Costa (que o defendeu na campanha das primárias) é líder argumentando com a necessidade de separar águas entre legislativas e presidenciais. Segundo a lei, as legislativas terão de ser marcadas entre 14 de Setembro e 14 de Outubro do próximo ano. O PS quer eleições antes do Verão. Mas o repto lançado por Ferro no parlamento foi recusado pelo primeiro-ministro e líder do PSD, pouco depois já durante o tempo de resposta ao CDS: “Respeitamos os prazos constitucionais. Não vejo nenhuma razão para que não possamos ter eleições quando elas devem ter lugar”. Passos acusou mesmo o PS de estar “com pressa de ter eleições desde que o PSD ganhou”, lembrando a moção de censura apresentada pelo PS em 2013.

 Já sobre o desafio anterior de Ferro, Passo nada disse. O líder parlamentar do PS arrancou o debate a provocar o PSD: “Se tiverem grande ansiedade em ver um debate político sobre alternativas, estou convencido que se o senhor primeiro-ministro desafiar António Costa para um debate na televisão ele aceitará imediatamente”. Na resposta directa, Passos apenas disse esperar “debates futuros profícuos” com o PS. Mas o clima com o maior partido da oposição manteve-se aceso com a actual direcção socialista, com Ferro a declarar que “estão muito enganados se pensam que depois do que fizeram ao país vão acabar a atrelar o PS a este comboio”. Uma frase que “surpreendeu” Passos que não respondeu ao desafio inicial, manifestando apenas a Ferro a “certeza que os nossos debates futuros serão bastante profícuos”. Sobre a indisponibilidade manifestada pelo PS para acordos com o actual governo, Passos esperou que “seja uma afirmação precipitada”, atacando o PS. “Ao longo destes três anos procurámos o apoio do PS para resolver vários desses processos e até hoje, com excepção da reforma do IRC, nunca conseguimos contar com a disponibilidade do PS para corrigir sequer os problemas que o anterior governo cometeu quando negociou o Memorando”.

A bancada do PS agitou e Ferro contra-atacou com a “insensibilidade” do primeiro-ministro (“só o primeiro-ministro vê que neste momento há menos pobreza e miséria do quem em 2011”), exemplificando com os problemas na colocação dos professores e na aplicação da reforma da Justiça.

Foto: Tiago Petinga / Lusa

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