Rita
Tavares – jornal i
Ferro
regressa ao palco político desafiando Passos a pedir um debate com António
Costa na televisão
No
regresso à primeira linha do combate político, Ferro Rodrigues representou o PS
no debate quinzenal desta sexta-feira e arrancou com um desafio: um “pacto de
regime para antecipar a data das legislativas em nome do “bom senso”. Passos
respondeu: “Respeitaremos os prazos constitucionais.”
O
novo líder parlamentar do PS colocou esta questão na agenda pela primeira vez
desde que António Costa (que o defendeu na campanha das primárias) é líder
argumentando com a necessidade de separar águas entre legislativas e
presidenciais. Segundo a lei, as legislativas terão de ser marcadas entre 14 de
Setembro e 14 de Outubro do próximo ano. O PS quer eleições antes do Verão. Mas
o repto lançado por Ferro no parlamento foi recusado pelo primeiro-ministro e
líder do PSD, pouco depois já durante o tempo de resposta ao CDS: “Respeitamos
os prazos constitucionais. Não vejo nenhuma razão para que não possamos ter
eleições quando elas devem ter lugar”. Passos acusou mesmo o PS de estar “com
pressa de ter eleições desde que o PSD ganhou”, lembrando a moção de censura
apresentada pelo PS em 2013.
Já
sobre o desafio anterior de Ferro, Passo nada disse. O líder parlamentar do PS
arrancou o debate a provocar o PSD: “Se tiverem grande ansiedade em ver um
debate político sobre alternativas, estou convencido que se o senhor
primeiro-ministro desafiar António Costa para um debate na televisão ele
aceitará imediatamente”. Na resposta directa, Passos apenas disse esperar
“debates futuros profícuos” com o PS. Mas o clima com o maior partido da
oposição manteve-se aceso com a actual direcção socialista, com Ferro a declarar
que “estão muito enganados se pensam que depois do que fizeram ao país vão
acabar a atrelar o PS a este comboio”. Uma frase que “surpreendeu” Passos que
não respondeu ao desafio inicial, manifestando apenas a Ferro a “certeza que os
nossos debates futuros serão bastante profícuos”. Sobre a indisponibilidade
manifestada pelo PS para acordos com o actual governo, Passos esperou que “seja
uma afirmação precipitada”, atacando o PS. “Ao longo destes três anos
procurámos o apoio do PS para resolver vários desses processos e até hoje, com
excepção da reforma do IRC, nunca conseguimos contar com a disponibilidade do
PS para corrigir sequer os problemas que o anterior governo cometeu quando
negociou o Memorando”.
A
bancada do PS agitou e Ferro contra-atacou com a “insensibilidade” do
primeiro-ministro (“só o primeiro-ministro vê que neste momento há menos
pobreza e miséria do quem em 2011” ),
exemplificando com os problemas na colocação dos professores e na aplicação da
reforma da Justiça.
Foto:
Tiago Petinga / Lusa
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