Afropress,
com informações das Agências
Rio
- Dos 30 mil jovens, em idade entre 15 e 29 anos, que são vítimas de
homicídios por ano no Brasil, 77% são negros. Os altos índices de
violência atingindo a juventude negra fizeram com que a Anistia Internacional
lançasse nesse domingo (09/11), no Aterro do Flamengo, no Rio, uma campanha
intitulada “Jovem Negro Vivo”.
“Apesar
dos altíssimos índices de homicídio de jovens negros, o tema é em geral tratado
com indiferença na agenda pública nacional. As consequências do preconceito e
dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das
favelas e das periferias devem ser amplamente debatidas e repudiadas”, afirmou a
Anistia no Comunicado em que lançou a campanha neste mês da Consciência Negra.
“É
razoável que lidemos com normalidade com a execução de adolescentes? Não se
trata de apontar o dedo para a imprensa. Apontemos para nós todos. Convivemos
com normalidade com esses fatos. Convivemos com normalidade com a morte de 1
milhão de brasileiros em pouco mais de duas décadas. É a maior tragédia da
nossa história desde a escravidão”, escreveu o diretor executivo da Anistia
Internacional Brasil, Atila Roque.
O
vídeo da campanha, que busca colher assinaturas e apoios em favor de políticas
públicas para a juventude negra brasileira, contou com a colaboração do rapper
Criolo, que cedeu a música "Duas de cinco" para ilustrar o tema.
A
altíssima mortalidade dos jovens negros vem sendo constatada em vários estudos
e levantamentos, inclusive, no Mapa da Violência. Recentemente
pesquisadores da Universidade Federal de S. Carlos (UFSCar), coordenados pela
professora Jacqueline Signoretto, constataram que, em S. Paulo , por exemplo, a
Polícia Militar mata três vezes mais negros do que brancos, o que segundo o
levantamento caracteriza “racismo institucional”.
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