terça-feira, 11 de novembro de 2014

Angola - 39 anos de independência: Acto Central dos festejos decorre hoje no Huambo



João Dias, Huambo – Jornal de Angola

O município do Cachiungo, a 60 quilómetros da cidade do Huambo, acolhe hoje o acto central do 39º aniversário da Independência Nacional, que decorre sob o lema “Unidos, reforcemos os ideiais de liberdade e justiça social”.

A festa tem lugar no campo de futebol do Sporting do Cahiungo e é orientado pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, que se encontra desde ontem no Huambo.

Manuel Vicente inaugura hoje a Biblioteca Provincial, no centro da cidade do Huambo, uma fábrica de refrigerantes e outros empreendimentos sociais e económicos. Os postes de iluminação ao longo da via que liga o Huambo ao Cachiungo foram decorados com as cores da Bandeira Nacional. Na vila os jardins estão cuidados e as casas pintadas. A vila está em festa!

O administrador do município  do Cachiungo, Frederico Ucuetali, através doJornal de Angola, em nome de todos os munícipes, agradeceu o facto da vila do Cachiungo ter sido escolhida para acolher o acto central do Dia da Independência Nacional.

Frederico Ucuetali disse que o município teve muitos ganhos com a conquista da Independência Nacional. Mas a livre circulação de pessoas e bens e a melhoria do bem-estar das comunidades estão acima de tudo. E essa mudança só foi possível com a paz plena, em 2002.

"O município tem registado avanços nos mais variados domínios, com realce para as vertentes social, económica e política", referiu o administrador. Frederico Ucuetali lembrou que na era colonial o munícipio contava com 19 escolas e hoje tem 66, desde o primário ao ensino superior, que tem 217 estudantes distribuídos pelos cursos de Psicologia, Direito e História. 

Antigamente, acrescentou, existiam apenas seis postos de saúde e hoje o município conta com 16 unidades sanitárias. No domínio da Agricultura, destaca-se a abertura de vastas áreas para a produção, o que abre boas oportunidades para a auto suficiência alimentar: “Todos estes aspectos proporcionam uma melhor organização das famílias em associações de agricultores e cooperativas para a produção alimentar e criação de circuitos de comercialização dos produtos agro-pecuários”. 

Com um solo favorável à produção agrícola, o municipio tem condições naturais para produzir milho, feijão, batata, soja e hortícolas. Com uma extensa área coberta de eucaliptos, o município produz muito mel. Em relação à oferta habitacional, Cachiungo tem 110 novas casas construídas no âmbito do projecto de 200 habitações por cada município.  

O administrador revelou que arranca em breve a construção de duas escolas, uma com 26 salas na vila e outra com 12 salas na comuna da Chinhama. Esta comuna vai ter um novo centro de saúde com 96 camas. Na vila do Cachiungo está a ser criado um aterro sanitário para depósito e tratamento de resíduos sólidos. 

“Os avanços que o município regista têm proporcionado uma melhoria substancial do bem-estar da população, desde o saneamento básico, à educação, saúde e energia”, referiu Frederico Ucuetali, afirmando que a entrega de ferramentas agrícolas às famílias camponesas conduziu ao incremento dos seus rendimentos e contribuiu para a redução da pobreza.   

Marcial Mussungo, adjunto do Soba Grande do Cachiungo, destacou igualmente os benefícios da Independência Nacional: “Desde que o país alcançou a Independência, só temos somados ganhos. Temos mais centros de saúde, escolas e beneficiamos muito da livre circulação de pessoas e bens”, concluindo que tudo isto “são os frutos da liberdade”.

Exército e as conquistas

O comandante Exército, general Lúcio do Amaral, referiu ontem, em Luanda, a liberdade e a paz como as maiores conquistas do povo angolano nos últimos 39 anos.

O general, que discursava num acto do Exército alusivo ao 39º aniversário da Independência Nacional, lembrou que a paz conquistada também pela persistência do Presidente José Eduardo dos Santos, que desde muito cedo se dedicou à liberdade e bem-estar dos angolanos, abriu as portas ao desenvolvimento do país.

Lúcio do Amaral, que disse que “o Exército é um exemplo do progresso e desenvolvimento do país”, mencionou o programa de reedificação das Forças Armadas Angolanas, que tem como objectivos a formação de quadros e a melhoria de condições de vida e de trabalho de quem o incorpora.

O comando do Exército, prosseguiu, associa-se aos esforços do Executivo, dos órgãos de justiça e da sociedade civil no combate à sinistralidade rodoviária, das maiores causas de morte em Angola. 

O general salientou que o Exército continua a realizar acções de educação moral e cívica dos efectivos.

Bispo tocoísta

O líder da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo (Tocoísta), Afonso Nunes, disse ao Jornal de Angola que “os 39 anos de Independência Nacional significam para o povo angolano o marcar de passos seguros para o futuro e o início da construção de um novo conceito de viver na diferença cultural, social, religiosa e política”.

O bispo Afonso Nunes reconheceu que “a Independência Nacional promoveu a liberdade e a solidariedade entre os filhos desta terra”. O líder da igreja tocoísta falava sobre o 39º ano de liberdade do povo angolano e sublinhou que, na história de qualquer povo, a Independência Nacional só acontece uma única vez e deve ser consolidada com muito trabalho, patriotismo e responsabilidade individual e colectiva.

“Deus é o primeiro libertador e concede graças a todos os povos oprimidos”, disse o bispo Afonso Nunes que sublinhou “o espírito de bravura de milhares de angolanos que levou à proclamação da independência em 1975”.

Afonso Nunes sublinhou que, dos 39 anos de independência que hoje se assinala, “27 foram de morte, destruição, ódio e divisão no seio das populações”. Por isso, “é também oportuno fazer uma reflexão sobre o contributo que cada um tem dado para a edificação desta nação pela qual lutámos com muito sacrifício”, acrescentou.

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