segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Cabo Verde – Vulcão: Mais de 300 pessoas teimam em ficar na Chã das Caldeiras




Apesar das insistências das autoridades, mais de 300 moradores recusam-se a sair de Chã das Caldeiras. As lavas vulcânicas aumentaram de intensidade e já destruíram a única via alternativa. A localidade está bloqueada e o acesso é feito apenas a pé. A outra frente das lavas está a cerca de 200 metros da sede do Parque Natural do Fogo.

Mais de 300 pessoas insistem em ficar em Chã das Caldeiras, mesmo sabendo do agravar da situação. Grande parte são jovens que podem apoiar as autoridades nos trabalhos de evacuação.

Segundo informações apuradas esta manhã de segunda-feira, 24, as localidades de Portela e Bangaeira, no interior de Caldeira estão isoladas e com comunicação condicionada.

Uma frente de lavas, além de destruir a estrada principal, acabou por fechar a estrada alternativa via Cova Tina, podendo também, nas próximas horas, consumir grandes parcelas de terreno agrícolas.

A outra frente caminha em direcção à sede do Parque Natural do Fogo, construída recentemente. Sabe-se que as actividades sísmicas aumentaram de intensidade. Se continuar no mesmo ritmo, poderá atingir as localidades de Portela e Bangaeira nos próximos dias.

Mosteiros apoia população evacuada de Chã das Caldeiras

Os moradores de Chã das Caldeiras que abandonaram a localidade rumo a Mosteiros, via Monte Velha, estão a ser recebidos em Cutelo Alto e encaminhados para a antiga escola secundária, onde foram reunidas as condições básicas de alojamento.

No terreno estão contingentes da Polícia Nacional, da Cruz Vermelha e da Protecção Civil, da Delegacia de Saúde, da Delegação do Ministério da Educação e uma equipa multisectorial da Câmara Municipal, garantindo toda a assistência necessária aos evacuados.

Às autoridades locais juntaram-se no atendimento às pessoas vindas de Chã, desde muito cedo, um grupo de populares. Voluntários que se tem empenhado no apoio aos 116 evacuados, entre elas 37 crianças.

Sete crianças estão sem a companhia dos pais. A PN está no terreno com fotografias das crianças à procura dos pais biológicos em outros abrigos. Grande parte da população foi evacuada para Achada Furna, mas também para a localidade de Monte Grande.

As condições climatéricas condicionaram o percurso dos evacuados pelos caminhos vicinais que dão acesso a Mosteiros, a partir de Monte Velha. Apanhados pela chuva e tendo de percorrer os trilhos enlameados, alguns deles, especialmente mulheres e crianças, apresentaram escoriações e dores, resultantes de quedas durante o percurso, e tiveram de ser levadas ao Centro de Saúde para tratamento.

Nicolau Centeio – A Semana (cv)

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