sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Laurinda Gouveia: "Só pode haver mudança quando estivermos unidos", em Angola Fala Só



Voz da América, com áudio

A activista foi espancada pela polícia e a família a expulsou de casa por medo de represálias

Ouvintes das mais diversas partes de Angola  elogiaram  profundamente a activista Laurinda Gouveia durante o programa Angola Fala Só, de hoje, 5, em que ela foi a convidada.

Gouveia, recorde-se, foi espancada pela polícia depois de detida e diz estar ainda a receber tratamento médico. A agressão foi comandada por um oficial da polícia que ela identificou.

Laurinda Gouveia apresentou recentemente queixa formal contra os seus agressores, mas disse no programa que até agora não foi contactada pelas autoridades.

Todos os ouvintes que telefonaram tiveram palavras de encorajamento e admiração pelas suas acções.

Bitão Felisberto disse que  os angolanos “deviam seguir o exemplo” de coragem de Laurinda Gouveia.

A activista respondeu  que “só juntos é que poderemos ter uma Angola melhor”.

Laurinda Gouveia defende uma melhor colaboração entre os activistas através do país, acrescentando que as mudanças “dependem de todos nós”.

A estudante concordou que nas manifestações “são quase sempre as mesmas pessoas que aparecem”, mas disse acreditar  que “as pessoas vão despertando aos poucos", porque, segundo ela "há ainda medo do que pode acontecer”.

A activista disse que manifestações não são o único meio de lutar por uma Angola melhor, mas cada um deve colaborar do modo que puder.

“A luta é de todos nós, de todos os angolanos”, disse e acrescentou: “Eu acredito que só podemos fazer mudanças quando estivermos unidos”.

Um ouvinte disse que Angola vive ainda debaixo do “salazarismo” com as mesmas repressões que existiam no tempo colonial durante a ditadura de Oliveira Salazar, ao que Laurinda Gouveia respondeu que, na verdade em Angola, só existe uma democracia “formal”, mas concordou que "não existe verdadeira democracia”.

“Se existisse poderíamos manifestarmo-nos”, acrescentou, afirmando  no entanto que a democracia “vai-se fazendo”.

Laurinda Gouveia confirmou que tinha sido forçada a abandonar a sua casa pelos seus familiares.

“Não tenho rancor contra eles, continuam a ser a minha família”, afirmou Gouveia  que disse ter ficado surpreendida com o apoio que recebe de todos os ouvintes que entraram em contacto com o programa.

A activista referiu-se também ao facto de ter sido marginalizada na sua igreja afirmando que seguir o exemplo de Jesus  “é ver o que não está bem e protestar”.


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