Voz
da América, com áudio
A
activista foi espancada pela polícia e a família a expulsou de casa por medo de
represálias
Ouvintes
das mais diversas partes de Angola elogiaram profundamente a
activista Laurinda Gouveia durante o programa Angola Fala Só, de hoje, 5, em
que ela foi a convidada.
Gouveia, recorde-se, foi espancada pela polícia depois de detida e diz estar ainda a
receber tratamento médico. A agressão foi comandada por um oficial da polícia
que ela identificou.
Laurinda
Gouveia apresentou recentemente queixa formal contra os seus agressores, mas
disse no programa que até agora não foi contactada pelas autoridades.
Todos
os ouvintes que telefonaram tiveram palavras de encorajamento e admiração pelas
suas acções.
Bitão
Felisberto disse que os angolanos “deviam seguir o exemplo” de coragem de
Laurinda Gouveia.
A
activista respondeu que “só juntos é que poderemos ter uma Angola
melhor”.
Laurinda
Gouveia defende uma melhor colaboração entre os activistas através do país,
acrescentando que as mudanças “dependem de todos nós”.
A
estudante concordou que nas manifestações “são quase sempre as mesmas pessoas
que aparecem”, mas disse acreditar que “as pessoas vão despertando aos
poucos", porque, segundo ela "há ainda medo do que pode acontecer”.
A
activista disse que manifestações não são o único meio de lutar por uma Angola
melhor, mas cada um deve colaborar do modo que puder.
“A
luta é de todos nós, de todos os angolanos”, disse e acrescentou: “Eu acredito
que só podemos fazer mudanças quando estivermos unidos”.
Um
ouvinte disse que Angola vive ainda debaixo do “salazarismo” com as mesmas
repressões que existiam no tempo colonial durante a ditadura de Oliveira Salazar,
ao que Laurinda Gouveia respondeu que, na verdade em Angola, só existe uma
democracia “formal”, mas concordou que "não existe verdadeira
democracia”.
“Se
existisse poderíamos manifestarmo-nos”, acrescentou, afirmando no entanto
que a democracia “vai-se fazendo”.
Laurinda
Gouveia confirmou que tinha sido forçada a abandonar a sua casa pelos seus
familiares.
“Não
tenho rancor contra eles, continuam a ser a minha família”, afirmou
Gouveia que disse ter ficado surpreendida com o apoio que recebe de todos
os ouvintes que entraram em contacto com o programa.
A
activista referiu-se também ao facto de ter sido marginalizada na sua igreja
afirmando que seguir o exemplo de Jesus “é ver o que não está bem e
protestar”.
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