quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Portugal: Governo não faz censo. Para ocultar realidade do aumento tenebroso dos sem-abrigo


Bocas do Inferno

Mário Motta, Lisboa

Sabemos que o atual governo em Portugal tem na sua chefia um mestre bacoco da prestidigitação, o seu ministro da (in)segurança social também é um dos seus pares. É um governo digno de um circo dos piores com um tenebroso palhaço alapado em Belém numa postura de evidente cumplicidade. Há exatamente cinco anos que em Portugal não existem dados sobre o aumento dos portugueses sem-abrigo. Uma Federação Europeia da especialidade denuncia (ver em baixo).

Não é difícil perceber a razão desta “lacuna” inteiramente da responsabilidade do governo. A realidade tenebrosa do enorme aumento de pessoas sem-abrigo em Portugal leva a que o governo de Passos-Portas-Cavaco use suas técnicas de prestidigitação bacoca fazendo com que não existam registos de números reais da quantidade de pessoas que engrossaram o exército que testemunha a miserabilização do país espelhada no aumento dos que perderam tudo, até as suas casas - sobrevivendo nas ruas, em busca dos cantos mais abrigados das intempéries que assolam as cidades.

A ausência destes números, de um censo, de estatísticas – que para o governo só contam quando são favoráveis à ocultação das suas políticas de exploração e empobrecimento – revelam a má formação política e humana que carateriza o governo e o presidente da República, entre outros. Cinco anos sem que sejam adquiridos os números reais da devassa causada por este governo de mão dada com Cavaco Silva revela uma vez mais as personalidades nojentas daqueles que têm tomado os poderes nos principais órgãos de decisão do país e que têm por agremiações o PSD e o CDS, principalmente. Não podendo o PS negar que também tem as suas responsabilidades nas más governações e corrupções que têm levado Portugal para este caminho de causa do caos de milhões de portugueses. A seguir corre a notícia sobre o tema. (MM / PG)

Número de sem-abrigo está a aumentar

A Federação Europeia de Organizações Nacionais que Trabalham com as Pessoas Sem-abrigo (Feantsa) alertou que há registo de um aumento significativo do fenómeno, na maior parte dos países europeus, e denuncia a falta de informação comparativa em Portugal.

O alerta faz parte do mais recente relatório do Observatório Europeu sobre sem-abrigo, o grupo de investigação da Feantsa, onde foram publicados os dados mais recentes sobre a evolução do fenómeno das pessoas sem-abrigo na Europa.

Segundo a Feantsa, foram encontrados dados "preocupantes", como um "forte aumento" do número de pessoas sem-abrigo na maioria dos países da União Europeia (UE), um aumento "impressionante" quando comparado com o lento aumento dos níveis globais de pobreza medidos pela UE.

A federação europeia alerta igualmente para o número crescente de jovens que se estão a tornar sem-abrigo, verificando, entre eles, uma "alta representação de mulheres".

"Nos países onde há informação disponível, o aumento dos sem-abrigo chegou a ser de dois dígitos (44% na República Checa, 16% na Dinamarca, 50% na França, 21% na Alemanha, 17% na Holanda, 29% na Suécia) nos últimos anos", denuncia a Feantsa.

Para a organização, isto deveria originar uma reacção política através de uma estratégia mais ambiciosa com base no conhecimento do que é uma pessoa sem-abrigo, já que este fenómeno tem dinâmicas próprias e precisa de medidas especificas de combate.

De acordo com a Feantsa, o número de sem-abrigo aumentou em todos os países da Europa com excepção da Finlândia, onde têm sido tomadas medidas de combate ao fenómeno.

Em relação a Portugal, a organização aponta que têm sido feitos vários relatórios sobre pessoas sem-abrigo que não fazem referência entre si e que o mais importante relatório nacional foi levado a cabo pelo Instituto da Segurança Social (ISS) em 2009.

A Feantsa aponta que este relatório deveria ter sido o ponto de partida para a recolha contínua de informação e de um sistema de monitorização dentro da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas Sem-abrigo, mas a recolha de informação não foi feita nos anos seguintes.

Segundo a organização, Portugal não tem dados nacionais disponíveis, além dos recolhidos no âmbito dos Censos.

Lusa / Sol – Foto: José Sérgio

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