quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O CONSERVADORISMO QUER PARAR O BRASIL




Fim do silêncio: intelectuais brasileiros reagem ao golpe e à destruição da Petrobras

Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.


Nesta terça-feira, 24/02, a Central Única dos Trabalhadores (Cut) e a Federação Única dos Petroleiros (Fup), entre outras entidades e movimentos, juntamente com intelectuais brasileiros, lançam uma campanha nacional para impedir que a demência neoliberal destrua a Petrobras, paralise o Brasil, interrompa obras estratégicas e gere um furacão de desemprego e calote salarial nos canteiros do PAC e do pré-sal.  


O ato desta terça, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, deve ser o início de uma caminhada. Seu êxito depende de um corajoso programa de manifestações em todo o país, inclusive nos canteiros de obras do pré-sal, com a presença de uma frente de lideranças progressistas, na qual não podem se omitir Lula, Boulos e Stédile, entre outros. 



O manifesto lançado por intelectuais brasileiros condensa a gravidade do que está em jogo: está em jogo para o conservadorismo a chance de paralisar o país e a economia, gerar o caos para voltar ao poder na carona da crise devastadora - ainda que às custas do estado de direito. Impedi-lo é o desafio de urgencia histórica que reclama a união de toda a esquerda e das forças progressistas e democráticas da nação. 



Leia, abaixo, o manifesto. 




O QUE ESTÁ EM JOGO AGORA


A chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia.

Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais.

Está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados.

Debilitada a Petrobras, âncora do nosso desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e colonial.

Por outro lado, esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos.

O Brasil viveu, em 1964, uma experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de interesses partidários ou ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.

20 de fevereiro de 2015

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