domingo, 15 de março de 2015

Brasil. PROTESTOS CONTRA DILMA E CORRUPÇÃO FORAM GIGANTESCOS




RENÚNCIA DE DILMA ASSEGURA PROCESSO ELEITORAL QUE SALVE A DEMOCRACIA

Flávio Mattel, Brasília

Foi visível que existiu inflação dos mídia nas contagens de manifestantes. As estimativas estavam bem acima dos números reais. Apesar disso deve ser reconhecido que mais de dois milhões de manifestantes estiveram presentes em suas cidades, por todo o país, a se manifestar contra Dilma e a corrupção. Este dia de protestos quase não tem história, para além do que vale como elemento de pressão com objetivo da presidente renunciar.

Os que esperavam o apelo ao golpe se desiludiram. Não houve. Nem vai haver. Haverá muitas mais investidas mas queremos acreditar que a democracia está segura. A renúncia de Dilma será o mais conveniente. Assim deixa completa abertura para assegurar logo de seguida novas eleições sem que o regime democrático sofra realmente um golpe da direita radical com suas manobras características e antidemocráticas. Direita radical que falsamente se insinua democrática mas que está sendo o motor principal das contestações, aglutinando o descontentamento geral. É essa a direita que os Estados Unidos patrocina com todo o fervor, com seus dólares, especialistas em agitação desestabilizadora e toda a espécie de operacionais que venham a contribuir para o baquear do processo democrático em curso. Mascarando posteriormente o regime atual com outro de sua conveniência e vantagens económicas para os Estados Unidos.

Nos protestos ocorreram tentativas de apelo ao golpe militar. Poucos foram os casos. Nos registrados os cartazes ostentavam apelo aos militares para o golpe. Motivo por que chegou a acontecer agressões aos que os exibiam. Brasil não quer mais ditaduras. O Brasil não quer mais os coronéis nem a direita depravada e assassina que está se aproveitando dos descontentamentos dos brasileiros - empurrada por Aécio, Marina e os Estados Unidos. Obama encetou uma política de repetir o que seus antecessores tiveram em prática na América Latina. Avançou para sul com intuito de ocupar e explorar novamente em pleno aquilo a que chamam seu quintal das traseiras. Mas os do sul não estão pelos ajustes. Os indícios é que o Brasil também não.

Da Agência Brasil a mostra dos acontecimentos em referência para Página Global. (FM / PG)

Protestos ocorrem em todas as regiões do país

Agência Brasil* Com edição de Lílian Beraldo

As manifestações contra a corrupção e contra o governo da presidenta Dilma Rousseff ocorreram em todas as regiões do país e reuniram milhares de pessoas. Não houve registro de confrontos e os protestos foram pacíficos.

Em Goiânia, 60 mil pessoas caminharam entre a Praça Tamandaré e o Parque do Areião, num percurso de cerca de 4 quilômetros. Segundo a Polícia Militar de Goiás, não foram registradas ocorrências de violência e os manifestantes se dispersaram por volta das 16h.

Em Campinas (SP), 5 mil pessoas se reuniram pela manhã e mais de 10 mil na parte da tarde para os protestos. Os manifestantes também já se dispersaram sem que episódios de violência ou enfrentamento fossem registrados pela polícia. Na capital paulista, a Polícia Militar informa que pelo menos 1 milhão de pessoas se reuniram na Avenida Paulista.

Na Região Norte manifestantes também foram para as ruas. Em Manaus, 22 mil pessoas se juntaram aos protestos, de acordo com a PM estadual. A passeata começou na Praça do Congresso e seguiu pelas principais avenidas do centro da capital amazonense. Em Belém, os manifestantes caminharam pelo centro da cidade até o Theatro da Paz, um dos símbolos da capital paraense, também vestidos de verde e amarelo e levando faixas com críticas ao governo Dilma e pedidos de impeachment da presidenta.

Em Porto Alegre, houve dois pontos principais de concentração de manifestantes, o Parcão, no bairro Moinhos de Vento, e o Parque da Redenção. De acordo com a Brigada Militar do Rio Grande do Sul, até as 17h, cerca de 100 mil pessoas haviam participado dos protestos na capital gaúcha. A polícia não registrou incidentes. Ainda na Região Sul, 80 mil pessoas se reuniram na Praça Santa Andrade, em Curitiba, e seguiram para o Centro Cívico, onde o protesto deve se encerrar. Assim como nas outras cidades, a manifestação não tem registro de violência.

No Nordeste, foram registrados protestos no Recife, em Salvador, em Aracaju e em outras capitais.

Em Fortaleza, a manifestação se concentrou na Praça Portugal, na Aldeota, bairro nobre da capital. A PM contabilizou 15 mil pessoas no protesto. Já a organização do ato estimou em 20 mil pessoas. Assim como em outros locais do país, a maioria dos participantes vestia roupas com as cores da bandeira brasileira e levantavam faixas com frases de rejeição ao PT e à presidenta Dilma. O ato seguiu pela Avenida Beira Mar, na Praia de Iracema, e terminou no Jardim Japonês, na Avenida Beira-Mar, onde os participantes cantaram o Hino Nacional e trechos da música Pra dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, considerada símbolo da resistência contra a ditadura militar.

No Rio de Janeiro, a primeira grande manifestação do dia ocorreu na orla da Praia de Copacabana. A polícia não informou os números oficiais, mas, segundo estimativa de organizadores, 15 mil pessoas participaram do ato. As duas pistas da Avenida Atlântica chegaram a ser fechadas no meio da manhã e a passeata recebeu apoio de moradores dos prédios da orla.

À tarde, o local escolhido para a concentração do protesto foi a Igreja da Candelária, no centro do Rio. Duas pistas centrais da Avenida Presidente Vargas e a confluência com a Avenida Rio Branco foram fechadas. Acompanhados por carros de som, os manifestantes criticavam o governo e a corrupção. Também havia grupos que defendem a volta dos militares ao poder e marchavam cantando hinos do Exército Brasileiro.

Em parte do país, as manifestações ocorreram pela manhã, como em Brasília, onde o protesto juntou 45 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, segundo estimativa oficial. Com faixas pedindo desde o fim da corrupção ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, os manifestantes caminharam pela avenida e se posicionaram em frente ao Congresso Nacional. Uma enorme bandeira do Brasil foi estendida e os manifestantes cantaram o Hino Nacional. Algumas pessoas chegaram a entrar no espelho d'água do prédio.

Em Belo Horizonte cerca de 24 mil pessoas se reuniram na Praça da Liberdade. A manifestação seguiu até por volta das 13h, quando os manifestantes se dispersaram sem ocorrências que merecessem registro da Polícia Militar.

Imagem: Manifestação contra o governo e a corrupção na Esplanda dos MinistériosJosé Cruz/Agência Brasil

*Colaboraram Mariana Jungmann e Luana Lourenço

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