O
líder da Juventude Socialista (JS), João Torres, considerou hoje que a
legitimidade política do primeiro-ministro está "ferida de morte",
após ser conhecido que esteve sem pagar contribuições à Segurança Social
durante cinco anos.
"Acabou
o mito da pretensa superioridade moral e do rigor da direita na gestão dos
dinheiros públicos. Este caso atinge o coração do Governo e, nesse sentido, a
legitimidade moral do primeiro-ministro está ferida de morte", declarou à
agência Lusa o secretário-geral da JS.
Sobre
o percurso contributivo do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, à Segurança
Social, designadamente entre os anos de 1999 e 2004, João Torres classificou
como "insuficientes e inaceitáveis as justificações" até agora
apresentadas pelo líder do executivo, dizendo mesmo que o primeiro-ministro se
está a revelar "um ás do descaramento".
"Sabe-se
agora que a Segurança Social só contabilizou a dívida de Pedro Passos Coelho
posterior a 2002, deixando de fora o período a partir de 1999. Por outro lado,
Pedro Passos Coelho teve conhecimento da sua dívida em 2012 e só a pagou em
2015, sendo como tal indispensável saber por que motivo levou três anos a
pagá-la e alegadamente apenas o fez sob pressão de um jornalista",
referiu.
O
secretário-geral da JS interrogou-se depois como é possível que um cidadão como
Pedro Passos Coelho esteja a receber "milhares de euros por ano em recibos
verdes e não lhe ocorra que tem de pagar à Segurança Social?"
"O
que pensará um jovem português, vítima da precariedade laboral, desempregado,
ou forçado à emigração, que tem um primeiro-ministro que não cumpriu durante
cinco anos com os respetivos pagamentos à Segurança Social? Mas mais, é
inaceitável que Pedro Passos Coelho alegue desconhecimento da lei, já que essa
legislação foi precisamente aprovada quando era deputado do PSD na Assembleia
da República", apontou o líder dos jovens socialistas.
João
Torres acusou ainda Pedro Passos Coelho de ter "duas caras" em
matéria de cumprimento das obrigações contributivas.
"Apregoa
uma coisa para o país e, pelos vistos, aplica outra coisa a si próprio. Estamos
agora esclarecidos sobre a qualidade da raça de homens a que pertence o
primeiro-ministro", disse o secretário-geral da JS, citando declarações
que terão sido proferidas por Pedro Passos Coelho em 2012, em que terá
defendido pertencer a uma raça de homens que paga sempre as suas dívidas.
Lusa,
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