segunda-feira, 18 de maio de 2015

PRESIDENTE E GOVERNO ANDAM À RÉDEA SOLTA. PORQUE NÃO A PSP?


Bocas do Inferno

Mário Motta, Lisboa

A sociedade portuguesa está a ser vítima de si própria, da sua excessiva tolerância, do seu deixa-andar, do emprenhar pelos ouvidos mesmo que veja a um palmo do nariz o que é evidente que não lhe interessa, nem ao país. Esta postura e comportamento foi o que levou a serem eleitos e reeleitos políticos que mais parecem padrinhos e capos de grupos mafiosos. O descalabro está à vista. Se os mais altos cargos que comandam os destinos do país e de todos nós andam à rédea solta, sem fiscalização que conduza a correções do que é prejudicial e comprometedor dos interesses nacionais, porque razão as polícias não podem também andar à rédea solta?

Na abordagem do que aconteceu em Guimarães com a PSP, no caso especifico de um pai de família e (parece) um avô, acompanhados por duas crianças, é a PSP uma das polícias que se encaixa na perfeição neste andar à rédea solta. Em vez de se corrigir o que está errado parece que as chefias daquela polícia se empenham mais em dar cobertura à besta do agente que ganhou freio nos dentes e desatou a escocear a torto e a direito - entenda-se esmurrar e espancar à bastonada. Lendo o que está publicado no JN e que o PG publica em baixo - PSP DIZ QUE HOUVE “CUSPIDELA”, TESTEMUNHAS DESMENTEM - será mais fácil compreender esta prosa de indignação. Há testemunhas, logo, a PSP mente... Mais uma para anotar num bloco de gelo para levar sumiço e a rédea solta continuar.

Recordo um caso passado na infância. "Aquele menino cuspiu-me para a cara", disse o Manelinho à professora para justificar a razão de lhe ter dado com um pau grosso que teve de segurar com as duas mãos. A professora considerou que devia desculpar o Manelinho. Só não repreendeu e castigou o menino André - que alegadamente tinha cuspido para a cara do colega - porque o André não estava presente. Foi numa ambulância para o hospital em estado grave. Esteve em estado de coma durante 5 dias. Ao ver que tinha escapado e enganado a professora o Manelinho sorriu. Mais tarde referiu com vaidade a uns amigos que o André não lhe tinha cuspido, coisa nenhuma. Mas não gostava dele. Apeteceu-lhe e zás.

Também o PSP, que é visto e revisto a agredir um homem pai das crianças que o acompanhavam e o avô, veio agora com a lenga-lenga de que lhe cuspiram para a cara, como o Manelinho. Considerou o PSP que a sua cavalgada para a violência demonstrada se justificava com uma alegada "cuspidela". Vai daí agride a eito homem novo e velho que em nada lhe manifestaram violência, com as crianças aterrorizadas a assistirem. Eis uma grande besta na PSP que devia ser expulso para que alguma correção começasse a ser feita naquela corporação que já envergonha os agentes íntegros, os bons polícias e os portugueses. Parece que os bons polícias ainda são mais que os energúmenos que andam à rédea solta e que provavelmente tomaram por exemplo muitos dos políticos a ocupar cargos vigentes de relevo. Os maus exemplos vêm sempre de cima. Pois é.

Declarou o MAI que vai proceder a um inquérito... Pois. Se for como os outros, como o que aconteceu na Assembleia da República, um e outro inquérito, assim como outros, então adeus. Vai parar mesmo à pedra de gelo e o mal dos prevaricadores vai ser batatas guisadas com carne tenra.

Depois do que vimos. Depois de saber o que dizem testemunhas. Depois de perceber sobre aquela violência gratuita e desproporcionada, à laia de selvagem, a PSP está muito pior na fotografia do que há umas semanas atrás. Isso não é o que desejamos para Portugal, para todos os portugueses. A corporação não merece que permitam que uns quantos andem à rédea solta, que espanquem, que mintam, que nos inspirem insegurança, etc.

Alguém tem de dar uma palavra que uns quantos (demais) na PSP entendam, para que pare: a-i-ó!

Na foto: O homem de idade avançada (provavelmente avô das crianças) é agredido ao murro por duas vezes... Porquê, se ele já nem pode com uma gata pelo rabo?

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