Macau,
China, 27 ago (Lusa) - O tenor espanhol Plácido Domingo vai atuar pela primeira
vez em Macau, no sábado, e manifestou-se "bastante feliz" por
finalmente realizar o concerto que era para ter acontecido há 15 anos, aquando
da transição de Portugal para a China.
"Estou
bastante feliz. É muito especial para mim conseguir estar em Macau, porque fui
convidado para vir cá quando foi a transição para a China (em 1999), mas não
pude vir porque não estava livre nessa altura. E desde então lamento isso,
porque há ocasiões muito especiais e essa era uma ocasião muito especial: estar
aqui a cantar para o público numa data tão significativa", disse hoje em
conferência de imprensa.
Plácido
Domingo chegou a Macau depois de um concerto em Tóquio, onde atuou para cerca
de 5.000 pessoas. No sábado vai atuar no Centro Cultural de Macau com as
sopranos Virginia Tola (Argentina) e Micaela Oeste (EUA) para um máximo de
1.100 espetadores, mas para o mais famoso cantor de ópera da sua geração
"é muito importante fazer com que o público fique contente".
"Depois
de cantar há tantos, tantos anos, para mim é verdadeiramente entusiasmante
cantar num sítio pela primeira vez. Penso que o público tem o direito de
descobrir, e mesmo que as pessoas tenham ouvido os discos ou que me tenham
visto na televisão, aqui muita gente vai provavelmente ouvir-me pela primeira
vez e o mais importante é estar em muito boa forma e sentir um certo tipo de
ligação", descreveu.
Em
Macau, cidade que descreveu como "fenomenal", Plácido Domingo mostrou
interesse em visitar o Dom Pedro V depois de saber que foi o primeiro teatro de
estilo ocidental a ser erigido na China e por onde já passaram várias óperas.
Sobre
o público chinês, o músico disse ter ficado maravilhado com o entusiasmo da
audiência tanto quando fez a sua estreia no país há 27 anos, como nos seus mais
recentes concertos.
"Há
quatro dias eu estava a cantar Simón Bocanegra em Pequim - que é uma ópera que
provavelmente estava a ser ouvida pela primeira vez, não é internacionalmente
conhecida -, mas foi extraordinário. Por isso a música está a chegar à alma e
aos corações dos chineses", afirmou, enaltecendo também "o
extraordinário número de cantores" da China que nos últimos anos tem
atuado nos teatros mais conhecidos em todo o mundo.
"E
tenho o orgulho de dizer que quatro ou cinco cantores foram vencedores na
Operalia", acrescentou, referindo-se à competição de canto que criou.
Plácido
Domingo recordou também os espetáculos em Portugal, nomeadamente no Teatro São
Carlos: "Espero voltar. O amor do público português pela ópera é
grande".
Conhecido
como "um dos três tenores", Plácido Domingo interpretou mais de 144
obras clássicas, dos compositores Giacomo Puccini, Richard Wagner e Giuseppe
Verdi, entre outros.
O
tenor, que gravou mais de cem álbuns, alguns dos quais com mais de um milhão de
cópias vendidas, recebeu 12 prémios Grammy.
Reino
Unido, Estados Unidos ou França atribuíram-lhe medalhas em reconhecimento pelo
seu talento musical e pela contribuição e apoio à música.
O
concerto "Domingo e a Orquestra de Macau" é coorganizado pelo
Instituto Cultural e pela Direção dos Serviços de Turismo, com o apoio do MGM
Macau.
Depois
de Macau, Plácido Domingo tem concertos agendados nos Estados Unidos em Los Angeles e na
capital do jogo norte-americana Las Vegas, em setembro.
FV
(DM) // EL
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