O
líder comunista, que concorre coligado com os ecologistas às legislativas,
afirmou hoje que já houve a estabilidade governativa pedida pela coligação
PSD/CDS-PP e pelo PS e que essas "maiorias absolutas" instabilizaram
a vida dos portugueses.
"Outros
andam a proclamar a necessidade de maioria absoluta, em nome da estabilidade.
Já foram experimentadas todas as soluções, incluindo diversas maiorias
absolutas do PS e do PSD. A verdade é que eles conseguiram estabilidade
governativa, não conseguiram foi estabilizar a vida dos portugueses, antes pelo
contrário. Instabilizaram-na, criaram esta situação dramática de vivermos num
país mais endividado, mais dependente, com mais injustiças sociais, mais
desemprego", disse Jerónimo de Sousa, numa ação da Coligação Democrática
Unitária (CDU).
À
margem do encontro com jovens da CDU, uma festa ao pôr-do-sol
("sunset"), numa esplanada lisboeta, o secretário-geral do PCP
classificou ainda a notícia de eventual devolução de 25% da sobretaxa do IRS
aos contribuintes como mais uma tentativa de "enganar os portugueses"
porque se trata, "no fundo, de uma taxa ordinária".
"Vai
ser uma campanha difícil, vão surgir mistificações, falsidades, operações de
propaganda fraudulenta, que visam levar os eleitores ao engano, desde logo a
coligação PSD/CDS. Eles que fizeram tanto mal... que infernizaram a vida aos
portugueses, que criaram uma situação dramática para muitos, que não puderam
continuar a estudar e muitos, meio milhão, nem puderam ficar no seu país e
partiram para a emigração, vêm dizer agora que foi um mal necessário e estamos
no bom caminho", anteviu.
Segundo
Jerónimo de Sousa, a coligação Portugal à Frente esconde "o seu verdadeiro
programa, que enviou para Bruxelas", onde se pode ler que "é preciso
cortar mais 600 milhões de euros em reformas e pensões e mais 300 milhões nos
serviços públicos (educação, saúde, proteção social)".
"É
preciso dar combate a esta mentira. Querem repetir o engano", acusou o
líder comunista, alertando para o "combate muito importante, que vai
determinar a vida coletiva e dos jovens" até 04 de outubro, data das
eleições.
"Está
cada vez mais clara a opção. Há duas opções: permitir que prossiga o rumo do
afundamento... ou agarrar a oportunidade de, agora, como seu apoio e voto na
CDU, abrir uma rutura com a política de direita e concretizar uma política
patriótica e de esquerda", disse.
Para
o dirigente e histórico deputado do PCP, "é a escolha entre dois caminhos:
insistir no velho e ruinoso caminho da política de direita, prosseguida pelos
governos de PS, PSD e CDS, que conduziram o país à crise, aos PEC, ao pacto de
agressão e os portugueses ao empobrecimento, ou abrir passagem para um caminho
novo, com a força do povo, a CDU, a convergência dos democratas e patriotas,
assegurar um Portugal desenvolvido, solidário, de justiça e progresso".
Jerónimo
de Sousa afirmou ainda que "a CDU é a força da juventude, ao contrário do
que acontece noutras forças que falam da juventude como um enfeite em tempos de
campanha eleitoral", citando o exemplo do seu grupo parlamentar em que os
elementos mais novos não são "um ornamento decorativo" e trabalham
"no duro", como são prova os "458 projetos de lei e cerca 500
projetos de resolução" apresentados na última legislatura.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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