O
Chefe do executivo, Presidente da República e líder do MPLA constitui impasse
para uma democracia efectiva e participativa no país, considera o politólogo
João Baruba.
Osegundo
presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, completou na passada
segunda-feira, 21 de Setembro de 2015, 36 anos desde que ascendeu ao poder, em
consequência do falecimento, por doença, do primeiro presidente, António
Agostinho Neto e sem nunca ter sido nominalmente eleito.
Analisando
na Rádio Despertar, o consulado de José Eduardo dos Santos, o politólogo João
Baruba ressaltou os pontos negativos que marcaram os 36 anos de governação do
Presidente da República e demonstrou haver grande margem de possibilidade que o
obrigarão a deixar o poder.
João
Baruba apontou como alguns dos actos realizado pelo dirigente angolano, a
alteração da Constituição, assim como a pobreza extrema que assola os
angolanos.
“Durante
os 36 anos do seu mandato, houve alteração inclusive da Constituição e dos
mandatos. Como a lei constitucional de 1991, eram de 4 anos. E, o presidente
José Eduardo dos Santos com os seus tecnocratas, aproveitando a Assembleia
constituinte em 2010, alterou os mandatos. Hoje são 5 anos. Ora, isso está a
entrar naquilo que é o estilo de governação dos estadistas que estão o mesmo
tempo no poder que ele, que foram alterando as constituições. Não é muito bom
para Angola, não é muito bom para o processo democrático”, afirmou.
João
Baruba, acredita igualmente que na governação do presidente José Eduardo dos
Santos, o angolano é desvalorizado.
“É
unânime, porque os factos falam por si em termos de pobreza. Continuamos a ter
pobreza extrema, continuamos a ter o cidadão desvalorizado”, avançou.
O
politólogo fez saber que o chefe do executivo, está em fase regressiva do seu
consulado, pela idade e longevidade que vem governando o país e da insatisfação
que reina no rosto dos angolanos, assegurando que o dirigente angolano será
afastados do poder nas eleições gerais do 2017.
João
Baruba entende que o Presidente da República constitui um impasse para uma
democracia efectiva e participativa de Angola:
“Ou
há uma renúncia por livre e espontânea vontade, por questões de saúde, como é
inevitável. Mas também existe um complô que nós chamamos democracia, processos
democráticos. Apesar de não se acreditar nos processos eleitorais, mas nós
estamos em crer que os membros do MPLA, os cidadãos todos em 2017 votarão
contra o seu partido, para que haja de facto a alternância do poder. Estamos em
crer que isto de facto vai acontecer, que os cidadãos assim também o exigem.
Razão pela qual o MPLA terá que se conformar com isto, e vão se votar mesmo
contra o seu presidente. E, naturalmente é um impasse na oposição, é um impasse
para que haja naturalmente uma democracia efectiva e participativa”.
Folha
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