O
vice-presidente angolano prometeu hoje “implementar e interpretar” a Agenda
2030 segundo as leis e prioridades do desenvolvimento e a crença nos valores
étnicos, culturais e religiosos nacionais, em linha com o reconhecimento
internacional dos direitos humanos.
Manuel
Vicente discursava na Cimeira das Nações Unidas sobre a Agenda de
Desenvolvimento Pós-2015, que decorre em Nova Iorque, em que, salientando o
sucesso da definição da agenda, considerou que há ainda “muito trabalho pela
frente”, sobretudo nas áreas da pobreza extrema, conflitos, migrações,
ambiente, igualdade e direitos humanos.
“Angola
reitera que vai implementar e interpretar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável de acordo com as suas leis e prioridades de desenvolvimento, e na
crença dos valores étnicos, culturais e religiosos da sociedade angolana e em
linha com o reconhecimento internacional dos direitos humanos”, disse.
“Apesar
do sucesso na definição da Agenda, é importante notar que ainda há muito
trabalho pela frente. Vários milhões de pessoas continuam a viver na pobreza
extrema ou em situações de conflito, forçadas a emigrar para outros destinos.
Todos os dias testemunhamos um crescimento da desigualdade e a flagrantes
violações dos direitos humanos e à degradação ambiental no nosso planeta”,
prosseguiu.
Para
Manuel Vicente, ao aprovar a Agenda 2030, os Estados membros da ONU reafirmam
como “prioridades absolutas” a erradicação da pobreza e da fome, a protecção e
promoção de todos os direitos, a igualdade do género, a afirmação da mulher e
uma “especial atenção” a todos os grupos vulneráveis.
“Neste
contexto, reafirmamos a vontade política do Governo de Angola em continuar
todos os esforços que contribuam para o aumento da representação das mulheres a
todos os níveis de decisão, tendo em conta a campanha «Planeta 50-50 em 2030»”,
salientou Manuel Vicente.
Para
o vice-presidente angolano, a questão do financiamento do desenvolvimento tem
de passar pela aprovação de “empenhos concretos” para que as metas de
desenvolvimento sustentável possam tornar-se um “catalisador efectivo” para
“boas políticas e práticas que respeitem a realidade única” de cada país.
“As
discussões sobre o financiamento para o desenvolvimento ficaram marcadas pela
divisão Norte-Sul, opondo doadores aos beneficiários da cooperação
internacional. Foi possível, porém, chegar a uma plataforma compreensiva de
políticas para financiar o desenvolvimento sustentável”, argumentou Manuel
Vicente.
A
terminar, Manuel Vicente insistiu que é “responsabilidade de todos construir um
mundo melhor”, económica, política, social e ambientalmente e apelou às Nações
Unidas para desempenhar um “papel central” na liderança de uma política global
de desenvolvimento.
Folha
8 (ontem)
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