A
Escola Portuguesa de Moçambique abriu o ano letivo, com 1.580 alunos e 130
professores, no limite da sua capacidade, mantendo uma lista de espera de 55
estudantes, a maioria no pré-escolar, segundo a diretora.
"Nesta
altura, já ultrapassámos o número de inscrições que tínhamos no ano
passado", disse à Lusa Dina Trigo de Mira, esperando que ao longo do ano
letivo, aberto a 03 de setembro, se atinja um total de 1.600 estudantes.
Com
oferta do pré-escolar ao 12.º ano, a Escola Portuguesa de Moçambique- Centro de
Ensino de Língua Portuguesa, localizada em Maputo, tem experimentado um
crescimento desde a sua inauguração em 1999 e agora, "por exemplo, entre
as 13:00 e as 14:00, não há uma única sala vazia", descreveu Francisco
Carvalho, subdiretor do estabelecimento de ensino para a área pedagógica.
Parte
da lotação é explicada, segundo a direção da escola, pela existência de 70
alunos com necessidades educativas especiais, o que obriga, por lei, a que
sejam colocados em turmas abaixo dos 20 estudantes.
O
ano letivo 2015/16 conta com alunos de 12 nacionalidades, na maioria
portugueses (978) e moçambicanos (599), e cerca de um terço estão matriculados
no primeiro ciclo.
Detida
pelo Estado português, a escola espera abrir dentro de um ano uma extensão na
Matola, arredores de Maputo, a partir da transformação de um antigo edifício de
escritórios.
Estudos
já realizados mostraram que há mercado para o polo da Matola, mas, de acordo
com Dina Trigo de Mira, a manter-se o orçamento atual da Escola Portuguesa,
"terá de se fazer alguma ginástica em termos de gestão financeira".
Apesar
de muitos dos atuais alunos residirem na Matola, a direção do estabelecimento
de ensino não espera um grande volume de transferências com a abertura da
extensão, uma vez que é frequente os pais trabalharem em Maputo e o objetivo é
ter matrículas correspondentes a estudantes novos.
Por
outro lado, embora o número de inscrições de alunos de nacionalidade portuguesa
tenha subido no ano letivo que agora começou, é uma meta assumida pela escola
ter cada vez mais estudantes moçambicanos, "como forma de promover a
língua e cultura portuguesa em Moçambique", observou a diretora.
O
ano letivo será ainda marcado pela aposta na cooperação com instituições
moçambicanas, nomeadamente estágios de docentes, e também através da interação
com estudantes por via de mostras de conhecimento.
Além
de um planetário, já existente - oferecido pela Fundação Calouste Gulbenkian e
por empresas - é esperada em breve a inauguração de uma réplica da exposição
"A Física no Dia-a-dia", baseada na obra homónima de Rómulo de
Carvalho e patente no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, e que poderá, ao
abrigo de um entendimento com o Ministério da Educação de Moçambique, transitar
por outras escolas do país.
A
diretora da Escola Portuguesa de Moçambique assinalou que as médias dos alunos
estão a subir desde há vários anos, quer internas, quer as finais, "o que
define a missão deste projeto educativo", salientando que 95% dos
resultados estão acima da média nacional e que a maioria dos estudantes que
este ano ingressou no ensino superior conseguiu fazê-lo na primeira opção.
A
Escola Portuguesa de Moçambique cobra propinas com um custo trimestral que
varia entre cerca de 500 e 700 euros.
HB
// VM / Lusa
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