domingo, 13 de setembro de 2015

Escola Portuguesa de Moçambique abriu no limite da sua capacidade




A Escola Portuguesa de Moçambique abriu o ano letivo, com 1.580 alunos e 130 professores, no limite da sua capacidade, mantendo uma lista de espera de 55 estudantes, a maioria no pré-escolar, segundo a diretora.

"Nesta altura, já ultrapassámos o número de inscrições que tínhamos no ano passado", disse à Lusa Dina Trigo de Mira, esperando que ao longo do ano letivo, aberto a 03 de setembro, se atinja um total de 1.600 estudantes.

Com oferta do pré-escolar ao 12.º ano, a Escola Portuguesa de Moçambique- Centro de Ensino de Língua Portuguesa, localizada em Maputo, tem experimentado um crescimento desde a sua inauguração em 1999 e agora, "por exemplo, entre as 13:00 e as 14:00, não há uma única sala vazia", descreveu Francisco Carvalho, subdiretor do estabelecimento de ensino para a área pedagógica.

Parte da lotação é explicada, segundo a direção da escola, pela existência de 70 alunos com necessidades educativas especiais, o que obriga, por lei, a que sejam colocados em turmas abaixo dos 20 estudantes.

O ano letivo 2015/16 conta com alunos de 12 nacionalidades, na maioria portugueses (978) e moçambicanos (599), e cerca de um terço estão matriculados no primeiro ciclo.

Detida pelo Estado português, a escola espera abrir dentro de um ano uma extensão na Matola, arredores de Maputo, a partir da transformação de um antigo edifício de escritórios.

Estudos já realizados mostraram que há mercado para o polo da Matola, mas, de acordo com Dina Trigo de Mira, a manter-se o orçamento atual da Escola Portuguesa, "terá de se fazer alguma ginástica em termos de gestão financeira".

Apesar de muitos dos atuais alunos residirem na Matola, a direção do estabelecimento de ensino não espera um grande volume de transferências com a abertura da extensão, uma vez que é frequente os pais trabalharem em Maputo e o objetivo é ter matrículas correspondentes a estudantes novos.

Por outro lado, embora o número de inscrições de alunos de nacionalidade portuguesa tenha subido no ano letivo que agora começou, é uma meta assumida pela escola ter cada vez mais estudantes moçambicanos, "como forma de promover a língua e cultura portuguesa em Moçambique", observou a diretora.

O ano letivo será ainda marcado pela aposta na cooperação com instituições moçambicanas, nomeadamente estágios de docentes, e também através da interação com estudantes por via de mostras de conhecimento.

Além de um planetário, já existente - oferecido pela Fundação Calouste Gulbenkian e por empresas - é esperada em breve a inauguração de uma réplica da exposição "A Física no Dia-a-dia", baseada na obra homónima de Rómulo de Carvalho e patente no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, e que poderá, ao abrigo de um entendimento com o Ministério da Educação de Moçambique, transitar por outras escolas do país.

A diretora da Escola Portuguesa de Moçambique assinalou que as médias dos alunos estão a subir desde há vários anos, quer internas, quer as finais, "o que define a missão deste projeto educativo", salientando que 95% dos resultados estão acima da média nacional e que a maioria dos estudantes que este ano ingressou no ensino superior conseguiu fazê-lo na primeira opção.

A Escola Portuguesa de Moçambique cobra propinas com um custo trimestral que varia entre cerca de 500 e 700 euros.

HB // VM / Lusa

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