sábado, 10 de outubro de 2015

MAIS PALESTINIANOS MORTOS, NOVA INTIFADA



As forças militares de Israel mataram nesta sexta-feira cinco palestinianos na Faixa de Gaza. A onda de violência da polícia e das forças armadas de Israel não param de crescer. Polícia recomenda que israelitas andem armados. O secretário-geral da OLP, Saeb Erekat, e o líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, dizem que os acontecimentos lembram a Intifada.

Um palestiniano morreu e seis ficaram feridos nesta quinta-feira, 8 de outubro, após ação da polícia em Jerusalém Oriental. Por outro lado, foram registados quatro esfaqueamentos de israelitas, um deles polícia, realizados por jovens palestinianos. A nova onda de violência verificada na região levanta ideia do surgimento de uma terceira Intifada (nome dado à revolta popular de palestinianos contra as forças de segurança de Israel).

Também nesta quinta, uma porta-voz da polícia israelita declarou à Agência Efe que as forças policiais recomendaram que os cidadãos israelitas que possuem porte de arma saiam às ruas armados. A orientação foi reiterada pelo presidente da câmara de Jerusalém e é justificada por um chefe de polícia do sul de Israel, que disse acreditar que a medida é “necessária” para potencializar a “sensação de segurança”. Noutros períodos de acirramento da violência, incluindo a segunda Intifada (de 2000 a 2005), também foram registadas queixas a respeito do uso de armas de fogo por civis.

Assim, o clima de tensão faz reacender a ideia de que esteja em curso o início de uma nova Intifada. De acordo com o secretário-geral da OLP (Organização pela Libertação da Palestina), Saeb Erekat, “os acontecimentos atuais se assemelham aos de setembro de 2000 [início da segunda Intifada]”, como afirmou num programa de rádio no último domingo (04/10).

Confrontos recentes

Israel e Palestina vivem uma nova onda de confrontos violentos. Nesta semana, o governo de Benjamin Netanyahu anunciou que a entrada de palestinianos na Cidade Velha seria barrada. O local é um dos territórios anexados e ocupados por Israel após a guerra de 1967. Moradores e comerciantes do bairro relataram dificuldades e barreiras para a cidade. Desde o último domingo, alguns lojistas palestinianos paralisaram as atividades na Cidade Velha e em Jerusalém Oriental, assim como parte das escolas do local.

Nas últimas semanas, a região da Esplanada das Mesquitas, também situada no centro histórico de Jerusalém, tem sido alvo de distúrbios violentos entre palestinianos e judeus ultraortodoxos. A polícia israelita interveio em diversas ocasiões e chegou a ocupar o templo religioso.

Embora seja exclusivamente destinado aos islâmicos, o local também é considerado sagrado para o judaísmo, pois está situado no antigo Monte do Templo, destruído em 70 d.C. Muitos ultraortodoxos buscam rezar no mesmo espaço, gerando cada vez mais conflito com a comunidade palestiniana.

Na madrugada da última sexta-feira (02/10), as forças de Telavive reforçaram tropas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, após o assassinato de um casal de colonos israelitas perto de Nablus, na Cisjordânia. A ação ocorreu após colonos terem incendiado uma série de propriedades palestinianas, matando, inclusive, membros de uma família palestiniana.

Na foto: Jovem palestiniano responde à pedrada aos ataques a tiro das forças armadas de Israel – Foto de Abed Al Hashlamoun/Epa/Lusa
Esquerda.net - Artigo de Opera Mundi, com dados de agências

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