terça-feira, 13 de outubro de 2015

Portugal. Seria "grave" se Cavaco estivesse a diminuir o espaço democrático – Sampaio da Nóvoa



O candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa classificou hoje como "grave" se o Presidente da República, Cavaco Silva, estivesse "a ser parte de uma espécie de diminuição do espaço democrático" ao invés de trabalhar para o alargar.

"Seria, a meu ver, grave se o Presidente da República, num certo sentido, estivesse a ser parte de uma espécie de diminuição do espaço democrático em vez de, ao contrário, trabalhar para alargar o espaço democrático e as diversas possibilidades e opções que existem", afirmou o candidato durante um debate na Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva, promovido pela sua candidatura.

Questionado pela moderadora do debate, a deputada socialista Gabriela Canavilhas, sobre o que faria se fosse Presidente da República perante os últimos resultados eleitorais das legislativas, o candidatou esclareceu que "não devem ser nem podem ser excluídas nenhumas soluções que os partidos políticos possam apresentar".

"Nos termos da Constituição este é um tempo em que os partidos devem encontrar soluções governativas, devem encontrar maiorias, e na minha opinião o presidente deve aceitar as maiorias que sejam construídas", acrescentou Sampaio da Nóvoa.

Já o constitucionalista, Jorge Miranda, presente no colóquio, considerou que "o sistema constitucional é capaz de dar resposta à situação atual" na medida em que "já passou por diversas crises e sempre as resolveu".

Jorge Miranda defendeu também que "a Constituição deve ser dinamizada e o Presidente da República de contribuir para isso".

O constitucionalista elogiou ainda Sampaio da Nóvoa considerando que, na sua opinião, o antigo reitor "poderá ser um grande Presidente da República".

Jorge Miranda teceu também críticas ao Governo liderado por Pedro Passos Coelho.

"A insensibilidade é património do Governo", afirmou, classificando de "escandalosa" a "venda das grandes empresas nacionais a estrangeiros" como a TAP e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

O constitucionalista finalizou dizendo que gostava que "Portugal tivesse autonomia no plano financeiro" já que atualmente não tem.

Na mesa-redonda "E agora, Portugal?" estiveram presentes, além de Jorge Miranda e de Sampaio da Nóvoa, Carvalho da Silva, o filósofo Eduardo Lourenço, o general Pezarat Correia e como moderadora a deputada socialista Gabriela Canavilhas.

O ex secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, vincou que "era bom que a esquerda não entregasse pela terceira vez a Presidência da República à direita".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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