O
candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa classificou hoje como
"grave" se o Presidente da República, Cavaco Silva, estivesse "a
ser parte de uma espécie de diminuição do espaço democrático" ao invés de
trabalhar para o alargar.
"Seria,
a meu ver, grave se o Presidente da República, num certo sentido, estivesse a
ser parte de uma espécie de diminuição do espaço democrático em vez de, ao
contrário, trabalhar para alargar o espaço democrático e as diversas
possibilidades e opções que existem", afirmou o candidato durante um
debate na Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva, promovido pela sua
candidatura.
Questionado
pela moderadora do debate, a deputada socialista Gabriela Canavilhas, sobre o
que faria se fosse Presidente da República perante os últimos resultados
eleitorais das legislativas, o candidatou esclareceu que "não devem ser
nem podem ser excluídas nenhumas soluções que os partidos políticos possam
apresentar".
"Nos
termos da Constituição este é um tempo em que os partidos devem encontrar
soluções governativas, devem encontrar maiorias, e na minha opinião o
presidente deve aceitar as maiorias que sejam construídas", acrescentou
Sampaio da Nóvoa.
Já
o constitucionalista, Jorge Miranda, presente no colóquio, considerou que
"o sistema constitucional é capaz de dar resposta à situação atual"
na medida em que "já passou por diversas crises e sempre as resolveu".
Jorge
Miranda defendeu também que "a Constituição deve ser dinamizada e o
Presidente da República de contribuir para isso".
O
constitucionalista elogiou ainda Sampaio da Nóvoa considerando que, na sua
opinião, o antigo reitor "poderá ser um grande Presidente da
República".
Jorge
Miranda teceu também críticas ao Governo liderado por Pedro Passos Coelho.
"A
insensibilidade é património do Governo", afirmou, classificando de
"escandalosa" a "venda das grandes empresas nacionais a
estrangeiros" como a TAP e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
O
constitucionalista finalizou dizendo que gostava que "Portugal tivesse
autonomia no plano financeiro" já que atualmente não tem.
Na
mesa-redonda "E agora, Portugal?" estiveram presentes, além de Jorge
Miranda e de Sampaio da Nóvoa, Carvalho da Silva, o filósofo Eduardo Lourenço,
o general Pezarat Correia e como moderadora a deputada socialista Gabriela
Canavilhas.
O
ex secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, vincou que "era bom
que a esquerda não entregasse pela terceira vez a Presidência da República à
direita".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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