O
Primeiro-Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, encontrou-se esta
quinta-feira,5, com Fernando da Piedade Dias dos Santos, Presidente da
Assembleia Nacional de Angola, para debaterem a cooperação bilateral entre os
dois países.
José
Maria Neves, que visita Angola por uma semana, reconheceu que os dois países
têm relações de cooperação excelentes nos diversos domínios e de cumplicidade a
nível do continente africano e nos organismos internacionais.
“Falámos
dos ganhos obtidos pelos dois países no período pós-independência, pois hoje
temos paz e estabilidade e estão a ser criadas as condições para um
desenvolvimento dos países para economias mais fortes e inovadoras, capazes de
realizar os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável no horizonte de 2030”,
frisou Neves, no final da audiência com Fernando da Piedade Dias dos Santos.
Por
sua vez, o presidente da Assembleia Nacional de Angola disse que o encontro
serviu para falar do presente e do futuro das independências dos dois países,
bem como do passado comum e dos processos políticos. O chefe do Governo
cabo-verdiano tem agendado encontros com a comunidade residente em Angola,
estando nesse sentido previstas deslocações às províncias de Cabinda e
Benguela, regiões de maior concentração cabo-verdiana.
Ainda
em Angola José Maria Neves vai lançar o seu livro "Cabo Verde — Gestão nas
Impossibilidades". A obra, segundo o autor, refere como Cabo Verde
conseguiu transformar-se num país possível, nos últimos 40 anos, mesmo sem ter
"ouro, diamantes e petróleo". "Mas temos cabo-verdianos que são
as nossas pedras preciosas e soubemos lapidá-las e trabalhar para construir
Cabo Verde de hoje, moderno, mais competitivo e desenvolvido", realçou.
O
Primeiro-Ministro de Cabo Verde também aproveitou a ocasião para “felicitar
Angola e o seu Presidente, José Eduardo dos Santos, por todos os seus ganhos,
desenvolvimento e transformações nos últimos anos”.
A
Semana
Angola
e Cabo Verde têm imenso espaço de coperação, diz José Maria Neves
PM
de Cabo Verde afirma não poder pronunciar-se sobre o caso dos activistas por
estar em instâncias judiciais.
Alvaro
Ludgero Andrade – Voz da América
As
relações económicas entre Angola e Cabo Verde aumentaram muito nos últimos
anos, mas há um enorme campo à frente em vários sectores.
A
afirmação é do primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves que está em
Angola para se despedir das autoridades e da comunidade cabo-verdiana, bem como
para participar nas comemorações dos 40 anos da Independência do país.
Neves,
no entanto, escusa-se a falar da situação dos activistas.
Em
conversa com a VOA a partir da Luanda, Neves destaca a "forte presença de
investidores angolanos em Cabo Verde", com particular incidência na banca
- "um dos maiores bancos cabo-verdianos é de capital angolano" -, na
imobiliária, no turismo, nas telecomunicações.
"Há
propostas nos sectores das pescas e agronegócios, mas sempre se podia ir
mais", diz o chefe do Governo cabo-verdiano, lembrando ainda o facto de
haver dois voos semanais entre Luanda e Praia e "ser visível o início de
um turismo angolano no arquipélago".
A
eventual participação da TAAG na privatização da companhia aérea cabo-verdiana
não está na agenda de José Maria Neves, que ontem encontrou-se com o presidente
da Assembleia Nacional Fernando dos Santos "Nandó".
Em
Luanda, além de participar nas comemorações dos 40 anos da Independência de
Angola, o primeiro-ministro cabo-verdiano vai essencialmente
"despedir-se" e agradecer as autoridades angolanas também pela ajuda
de sete milhões de dólares enviada durante a erupção do Vulcão do Fogo em 2014.
Neves,
que dirigiu durante 14 anos o PAICV, partido da família política do MPLA,
encontrou-se nesta quinta-feira também com o vice-presidente dos
"camaradas" Roberto de Almeida.
O
chefe de Governo escusou-se a comentar, no entanto, a situação dos activistas
que vão a julgamento no dia 16 e que levantaram uma onda de solidariedade
internacional.
"Estando
aqui na qualidade de primeiro-ministro, não devo pronunciar-me sobre questões
de um país amigo e que se encontram nas instâncias judiciais", disse José
Maria Neves.
Nesta
sexta-feira, foi apresentado no Palácio da Justiça, em Luanda, o livro
"Cabo Verde - Gestão das Impossibilidades", de José Maria Neves, no
qual ele analisa como o arquipélago "passou de um país inviável, em 1975,
a um país provável e que caminha para a sua sustentabilidade no horizonte de
2030", como diz o próprio autor.
Neves
vai encontrar-se também com as comunidades cabo-verdianas em Luanda, Benguela e
Cabinda.
À
frente do Governo do arquipélago desde 2001, José Maria Neves termina o seu
terceiro mandato no primeiro trimestre do próximo ano.
Na
foto: Neves com Nandó
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