O
10 de Novembro tornou-se um dia histórico de "Portugal à esquerda",
dia em que o governo de direita caiu por força de uma maioria de esquerda
formada nas últimas eleições do dia 4 de Outubro de 2015 e o apoio de milhares
de trabalhadores, reformados e pensionistas, nas ruas sob a liderança da
CGTP-Intersindical. Os remanescentes da velha direita que controlam a media,
insistem em sonhar com a estabilidade de um governo que não respeita o mandato
recebido da maioria que defende a soberania da nação.
Isto
se deve às palavras do Presidente da República e á política do governo agora
chumbado, que não reconhecem a esquerda parlamentar e popular, para manter a
obediência á União Europeia. É para eles, difícil, com um pensamento
cristalizado em que "o poder só pode ser de direita", aceitar a
vigência da democracia, da igualdade de direitos dos eleitores, da soberania da
Constituição nascida com a Revolução dos Cravos.
Devagar
a Europa começa a sacudir os grilhões, abalada pelo susto provocado pela Grécia
(que infelizmente sucumbiu às pressões da UE); da Catalunha que votou e luta
judicialmente pela independência; e agora, da vitória incontestável da esquerda
nas eleições nacionais e no Parlamento.
Diante
do quadro dantesco da entrada de uma massa humana na Europa (515 mil até
29/09/15), desesperada e sem socorro, ao ritmo de 8 mil pessoas por dia, em
busca de quem os acolha humanamente, são empurrados de um pais para outro pela
desobediência dos países membros da UE que recusam as quotas atribuídas
superiormente; as frequentes mortes (aos milhares) por afogamento dos
refugiados ao tentar atravessar em barcos insufláveis o Mediterrâneo; a
existência de gangues, (conhecidas desde 2012), que praticam o tráfico de
refugiados sem segurança recebendo 2 mil ou mais euros por cabeça, a partir da
Líbia ou da Turquia; diante dessa catástrofe, não foi uma grande surpresa ver
na televisão a ameaça do Primeiro Ministro britânico de abandonar a UE devido à
incompetência da UE, comprovada, para solucionar a terrível consequência das
guerras onde a NATO participou.
De
fato, até o velho continente mexe abrindo a porta à esquerda!
Mesmo
assim, a direita continua preocupada com a "sua" estabilidade no
poder. É incapaz de perceber que a estabilidade do país estará garantida com
uma política de esquerda que defende os interesses do povo e do desenvolvimento
produtivo nacional.
Como
o raciocínio da direita é dogmaticamente centrado no enriquecimento de uma
elite ligada à banca privada, à custa da austeridade que miserabiliza o povo
trabalhador e a economia do país, a quebra deste circulo vicioso representará a
instabilidade ... da direita no poder, é claro.
*Zillah
Branco - Cientista social, consultora do Cebrapaz. Tem experiência de
vida e trabalho no Brasil, Chile, Portugal e Cabo Verde.
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