Na
atualidade vamos tomando conhecimento - ainda mais - da má-governação do ex-governo
Passos-Portas, que também era de Cavaco. Cavaco que fez tudo para o segurar e
dar-lhe continuidade após as eleições legislativas de 4 de Outubro passado. Eleições
de onde saiu a votação de uma maioria de esquerda com PS-Bloco-PCP-Verdes, sendo estes três últimos partidos a dar suporte parlamentar ao governo do PS que Cavaco,
muito contrariado, teve de indigitar e dar posse. As trombas de Cavaco na cerimónia
de posse revelaram o seu grande incómodo. Foi evidente. Outra coisa não seria de esperar de
um sujeito da direita mais ressabiada e de bacanal com os grandes grupos económicos,
banqueiros e outros dessa igualha. A vilanagem que nunca se farta de explorar e roubar.
Assim,
está demonstrado, ao Cavaco querer dar continuidade ao seu governo de Passos e
Portas, dito da Páf, o que eles demonstraram foi que mataram sem se fartar, sem
terem o mínimo de humanidade, nem de vergonha.
A
notícia corre em baixo, é de ontem (25), da Lusa, a seguir compilada do Jornal
de Notícias. O que ficámos a saber foi que o ministro da Saúde, daquele que
agora já é ex-governo, Paulo Macedo, teve sempre conhecimento da falta de profissionais
da saúde para tratamento de aneurismas cerebrais durante os fins de semana no
Hospital de S. José. Entre outros partidos, no Parlamento, o Bloco “alertou
quatro vezes, desde 2013, o Ministério da Saúde sobre a falta de tratamento dos
aneurismas cerebrais no hospital de São José aos fins de semana e que agora
terá causado a morte do jovem David Duarte.” Ao que consta, mais uns quantos
portugueses doentes que recorreram ao hospital com a mesma sintomatologia
morreram pela mesma causa. Só que a família de David Duarte foi mais próativa e
a mortandade devido a cortes orçamentais e suas devastadoras, tristes e criminosas
consequências vieram a público…
O
que dizer para além disto, senão que ao quererem prosseguir com o mesmo governo
doo empenho e a bênção de Cavaco Silva o ex-governo matou sem se fartar e
queria prosseguir matando mais portugueses por via da falta de condições nos hospitais,
no Serviço Nacional de Saúde que tudo fizeram para destruir. O resultado está à
vista. Os crimes também. A seguir vem aí a impunidade dos criminosos.
Redação
PG / MM
Ex-ministro
da Saúde sabia de problemas no São José desde 2013
Os
problemas com o tratamento de aneurismas cerebrais durante os fins de semana no
Hospital de S. José já tinham sido alvo de alerta pelo menos desde 2013, quer
por requerimentos do Bloco de Esquerda, quer em notícias na imprensa.
A
pesquisa feita pela Lusa aos requerimentos entregues pelos partidos políticos
no Parlamento sobre o hospital de S. José mostram que o Bloco de Esquerda
alertou quatro vezes, desde 2013, o Ministério da Saúde sobre a falta de
tratamento dos aneurismas cerebrais no hospital de São José aos fins de semana
e que agora terá causado a morte do jovem David Duarte.
Também
o "Diário de Notícias" chamou a atenção para a gravidade da situação
a 26 de janeiro de 2015 ao noticiar em primeira página "São José sem
tratamento para aneurismas ao fim de semana".
O
BE questionou o Governo PSD/CDS-PP em junho de 2013 sobre o problema da escala
de Neurorradiologia de Intervenção no Centro Hospital de Lisboa Central/CHLC
(que integra São José), tendo o gabinete do ministro Paulo Macedo reconhecido o
problema e respondido esperar que "este constrangimento esteja
ultrapassado brevemente".
Em
novo requerimento ao ministro, a 30 de janeiro de 2015, o BE refere que,
volvido mais de um ano, a situação "não só não foi ultrapassada como se
deteriorou", já que, em meados de 2014, o hospital de São José deixou de
ter equipa de Neurocirurgia Vascular ao fim de semana.
"Como
tal, desde então, todas as pessoas que deem entrada nesta unidade hospitalar
com aneurisma a partir de sexta-feira às 16 horas terão de aguentar até ao dia
útil seguinte (segunda-feira) para tratar do aneurisma. Esta é uma situação
desadequada do ponto de vista clínico que pode sujeitar os doentes a
consequências graves e irreversíveis", refere o requerimento apresentado.
No
documento de janeiro de 2015, os então deputados do BE João Semedo e Helena
Pinto alertam novamente sobre a falta de assistência aos doentes com aquela
patologia ao fim de semana, lembrando que após o corte imposto em 2013 pelo
governo PSD/CDS-PP no pagamento de horas extraordinárias a todos os
funcionários públicos, a equipa de neurorradiologia de intervenção recusou
continuar a assegurar a escala de fim de semana porque "implicaria estarem
48 horas sempre disponíveis a um preço inaceitável".
O
BE entrega novo requerimento a 23 de março de 2015 ao constatar que o governo
"não responde a grande parte das perguntas endereçadas no prazo regimental
de 30 dias" e depois de o gabinete do Ministro da Saúde ter dito esperar
que "este constrangimento esteja ultrapassado brevemente".
A
27 de maio, o BE procede a novo reenvio da pergunta "Tratamento dos
aneurismas cerebrais no hospital de São José", alegando que o governo
insiste em não responder a "grande parte das perguntas endereçadas" e
que o prazo de resposta "se encontra ultrapassado".
"Urge
aferir quais os procedimentos que vão ser adotados para resolver esta situação,
de modo a assegurar o tratamento de aneurismas ao fim de semana, seja no
hospital de São José seja garantindo a transferência dos doentes para outra
unidade onde o procedimento se efetue", lê-se no requerimento da então
deputada Helena Pinto.
A
29 de setembro de 2015, o gabinete do ministro Paulo Macedo responde ao BE,
dizendo que, segundo o Conselho de Administração do CHLC, não houve
conhecimento de qualquer queixa ou reclamação, através do gabinete utente/cidadão,
relativamente à não realização de cirurgia de embolização precoce.
Quanto
à transferência de doentes para outras unidades hospitalares, o gabinete de
Paulo Macedo esclarece que esta é "de facto limitada na medida em que, a
imobilização e transporte na fase aguda da hemorragia subaracnoídea por
aneurisma roto, não se revela como a mais adequada conduta médica".
"O
CHLC poderá, no entanto, ter de recorrer à transferência dos doentes, em casos
de necessidade extrema que em função de análise de risco/benefício, não se
verificou desde abril de 2014", responde Luís Vitório, chefe de gabinete
do ministro.
Após
a morte de David Duarte, o Ministério Público abriu inquérito para apurar
eventuais responsabilidades criminais enquanto o CHLC instaurou um inquérito
interno para averiguar esta e outras mortes imputadas à falta de assistência
médica a doentes com esta patologia durante o fim de semana.
Na foto: Ex-ministro da Saúde, Paulo Macedo – Pedro Rocha / Global Imagem
Na foto: Ex-ministro da Saúde, Paulo Macedo – Pedro Rocha / Global Imagem
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