Paula
Santos – Expresso, opinião
Nos
últimos anos, decorrente da política de empobrecimento e exploração prosseguida
por PSD e CDS, inúmeras famílias perderam ou podem ainda vir a perder as suas
casas. Inúmeras famílias vivenciaram e vivem situações absolutamente
dramáticas, para as quais foram atiradas. É que depois de perderem tudo, o seu
emprego, os rendimentos, as condições de vida, ainda lhes tiram a casa.
Milhares
e milhares de famílias para resolver o seu problema de habitação foram
empurradas para a aquisição de habitação com recurso a crédito. Endividaram-se
para a vida.
O
desemprego, os cortes nos salários, nas pensões e prestações sociais, o
encerramento de milhares de micro, pequenas e médias empresas, em resultado da
política imposta pelo governo PSD/CDS conduziu à degradação das condições
económicas e sociais de muitas famílias, muitas até situações extremas de
falência ou insolvência, em que nem sequer têm condições para assegurar
necessidades básicas e mínimas de dignidade. E como se isso não bastasse e não
fosse já suficientemente penalizador, procede-se à penhora e execução da
hipoteca das suas habitações.
A
perda da habitação só contribui para agravar a já difícil situação em que se
encontravam.
Entre
defender os direitos elementares das famílias e condições de vida dignas e os
interesses dos credores, em especial da banca, a legislação em vigor opta pela
salvaguarda dos credores e que PSD e CDS impediram que se alterasse na anterior
legislatura. Não é justo que assim seja, quando muitas famílias não conseguem
cumprir com as responsabilidades que assumiram devido às medidas económicas e
sociais impostas por PSD e CDS.
Imensos
relatos e denúncias revelam que foi o próprio governo PSD/CDS procedeu a
execuções fiscais que conduziram à perda de habitação, para o pagamento de
dívidas de montantes bem inferiores ao valor do imóvel, por vezes na ordem dos
mil ou dois mil euros, sem sequer procurar uma solução alternativa.
É
fundamental que de uma vez por todas se encare este problema de frente e que se
altere o quadro legal em vigor, para impedir que as famílias percam as suas
casas.
Foi
com este objetivo que o PCP avançou com duas iniciativas legislativas que serão
debatidas esta semana na Assembleia da República: uma iniciativa propõe a
suspensão das penhoras e vendas dos imóveis que sejam habitação própria e
permanente no âmbito de processos de execução fiscal e determina-se um regime
de impenhorabilidade relativa da habitação própria e permanente, a aprovar em
lei especial; e a outra iniciativa fixa as condições desse regime de impenhorabilidade
relativa dos imóveis que constituam habitação própria e permanente dos
executados.
De
entre as propostas apresentadas destaca-se a eliminação da possibilidade de
penhora ou execução de hipoteca sobre a habitação quando comprovadamente o
agregado familiar não dispõe de rendimentos que permitam garantir a sua
subsistência.
É
essencial assegurar o direito à habitação e as condições de vida dignas. E tal
passa também pela preservação da habitação própria e permanente das famílias,
sobretudo quando já não lhes resta mais nada.
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