Macau,
China, 26 abr (Lusa) -- A Novo Macau, a maior associação pró-democracia do
território, entregou hoje uma petição ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC)
pedindo que investigue o caso de Ng Lap Seng, o empresário local acusado de
corromper um funcionário da ONU.
O
caso está sob investigação nos Estados Unidos, mas a associação considera que
cai também sob a jurisdição de Macau, de acordo com a informação divulgada nos
documentos das autoridades norte-americanas.
A
queixa-crime, tornada pública pelo tribunal, revela que Ng tentou obter
aprovação de dirigentes norte-americanos, através de subornos, para que a sua
empresa, San Kin Ip Group, construísse um centro de exposições da ONU em Macau.
O
então presidente da Assembleia-Geral da ONU, John Ashe, após ter alegadamente
recebido fundos de Ng, modificou um documento oficial, indicando que a San Kin
Ip seria responsável pelo projeto. "Além disso, o documento revela que os
fundos usados para o suborno tiveram origem em Macau", sublinha a Associação
Novo Macau (ANM).
A
associação cita a queixa-crime, dizendo que representantes de Ng levaram este
documento da ONU a um banco de investimento de Hong Kong e à International
Telecommunication Union, de modo a demonstrar que o projeto tinha apoio das
Nações Unidas.
Segundo
a ANM, Macau está obrigado a investigar o suborno de dirigentes de organizações
internacionais públicas, de acordo com a Convenção contra a Corrupção da ONU.
No entanto, o Regime local de Prevenção e Repressão dos Atos de Corrupção no
Comércio Externo apenas considera estes subornos crime "no âmbito do
comércio externo".
A
ANM pede, assim, ao CCAC que investigue se que a San Kin Ip Group
"beneficiou ilegitimamente ao ter apresentado o documento oficial alterado
da ONU a um banco de investimento e a uma organização internacional no âmbito
do comércio externo".
Em
outubro, o Governo de Macau disse não possuir "qualquer informação sobre o
processo", o CCAC afirmou "não ter quaisquer comentários a
fazer", enquanto a Polícia Judiciária disse não ter detalhes sobre o caso.
ISG
// PJA
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