domingo, 1 de maio de 2016

Portugal. COSTA APELA AO FIM DOS BLOQUEIOS NA CONTRATAÇÃO COLETIVA



O primeiro-ministro apelou ao reforço do diálogo social, desbloqueando-se a contratação coletiva, para que os parceiros sociais possam contribuir para relações laborais "mais saudáveis".

António Costa falava aos jornalistas no Palácio de Sant'ana, antes de se reunir com representantes da UGT e da CGTP-IN dos Açores no último dos seus três dias de visita a esta Região Autónoma.

Segundo o primeiro-ministro, o 1.º de Maio é sempre um dia comemoração e de luta pelos direitos dos trabalhadores, a quem começou por deixar a garantia de que o seu Governo "dará prioridade à política de criação de emprego, em particular para dar resposta ao desemprego de longa duração".

"O Governo faz também um forte apelo para que seja reforçado o diálogo social e que seja desbloqueada a contratação coletiva, já que é condição essencial para que os parceiros sociais possam contribuir positivamente para relações laborais mais saudáveis", afirmou.

António Costa disse depois que o seu executivo "assume um forte compromisso no combate à precariedade" laboral, ponto que classificou como "essencial para repor a dignidade do ser humano nas relações de trabalho e como incentivo à melhoria da produtividade por parte das empresas".

"Essa ideia de que podemos ser competitivos e produtivos à custa de baixos salários é extremamente negativa, penalizadora e fez o país perder quatro anos preciosos", referiu, agora numa crítica ao anterior executivo PSD/CDS-PP.

O primeiro-ministro prometeu depois que o seu Governo "prosseguirá a linha de reposição gradual de rendimentos das famílias e de quem trabalha, designadamente com atualização anual do salário mínimo, tendo em vista diminuir o grau de desigualdades".

Contra salários baixos

Na mensagem que dedicou ao dia do trabalhador, o primeiro-ministro apelou a um sentido "de confiança" na possibilidade de Portugal conseguir "virar a página numa trajetória de crescimento e de criação de emprego", caso se "prossiga a atual linha política e económica".

"A comemoração do 1.º de Maio muitas vezes é luta e nós não festejamos resultados, trabalhamos para os resultados. É necessário que prossiga uma mobilização muito forte em defesa desta política, que tem muitos adversários, não só internos, como externos", considerou o primeiro-ministro.

António Costa referiu depois como exemplo instâncias europeias que "criticam a política da atual maioria de aumento do salário mínimo nacional".

"Percebemos bem que é essencial que essa luta prossiga, porque não é possível continuar a alimentar a ilusão de que o nosso desenvolvimento se faz com um modelo que está morto e que tem de ser enterrado - um modelo de baixos salários e de precariedade laboral", apontou o líder do executivo.

Jornal de Notícias – Foto: Tiago Petinga / Lusa

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