Que
existem arguidos poderosos que controlam os meios de comunicação social – diz o
presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.
Há
meios de comunicação social controlados por arguidos poderosos, diz sindicato
dos magistrados. Quem? Quais? O que é que é isso de arguidos poderosos? São
potenciais criminosos que detêm poderes mafiosos? De criminalidade organizada? Quem
são? É que esta mania de falar por falar. De não chamar os bois pelos nomes? De
passar paninhos quentes por crimes de lesa Estado e lesa cidadãos tem de
acabar. Os bois pelos nomes, senhor presidente do sindicato. Senhores que andam
a mostrar que fazem fretes aos poderosos… Só poderosos devido aos cobardes,
incompetentes ou eventuais cúmplices existentes no Ministério Público. Ou não
será?
É
assim, nestes esquemas e temores, que as máfias se constituem e florescem. E assim que são as máfias
quem se governa em Portugal. E que governa? Temos visto e sentido isso mesmo na pele. Elas aí
estão!
Mário
Motta / PG
Há
meios de comunicação social controlados por arguidos poderosos, diz sindicato
dos magistrados
Segundo
o presidente do sindicato (SMMP), as relações com a comunicação social assumem
na actual sociedade um papel cada vez mais importante.
O
presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público alertou nesta
terça-feira que alguns media "são controlados por alguns arguidos
poderosos" que tentam através desses meios deslegitimar a actuação do
Ministério Público na opinião pública ou condicionar a sua intervenção.
António
Ventinhas falava na abertura da 2.º Forum Global de Associações de
Procuradores, que junta em Lisboa representantes de 24 países.
Segundo
o presidente do sindicato (SMMP), as relações com a comunicação social assumem
na actual sociedade um papel cada vez mais importante, pois os processos são
cada vez mais mediatizados e "é frequente que os procuradores sejam
visados e estejam sob os holofotes da imprensa".
"Alguns
meios de comunicação social são controlados por alguns arguidos poderosos que
tentam através desses meios deslegitimar a actuação do Ministério Público na
opinião pública ou condicionar a sua intervenção", advertiu António
Ventinhas.
Por
isso, observou: "A actuação das associações (de procuradores) no espaço
mediático é determinante para atingirmos os nossos objectivos e dignificarmos a
nossa profissão".
O
presidente do SMMP referiu que é "frequente as associações assumirem
sozinhas os combates mediáticos contra diversos inimigos do Ministério Público,
assegurando quase em exclusivo uma defesa institucional da classe".
No
discurso, António Ventinhas advertiu ainda que, num tempo em que "impera o
relativismo, os criminosos pretendem ascender à categoria de heróis e
transformar os procuradores em torcionários, tentando criar uma imagem
distorcida do MP na opinião pública".
A
autonomia do MP, a dignificação do estatuto socioprofissional da classe, o
papel dos procuradores na defesa da democracia, Estado de Direito e separação
de poderes, as tensões entre as associações de procuradores e o poder político
e as relações nem sempre fáceis das associações com as Procuradorias-Gerais
foram outras vertentes do discurso de António Ventinhas.
Segundo
disse, a autonomia do MP é uma "questão central", uma vez que
"procuradores que não tenham a necessária autonomia do poder político ou
financeiro nunca conseguirão exercer cabalmente as suas funções".
Admitiu
que por todo o mundo existem situações que obstaculizam a realização de uma
investigação criminal na sua plenitude, precisando que em Portugal até se
consagram vários princípios para preservar a autonomia do MP, mas, "na
prática, não são alocados os devidos recursos, ficando assim a investigação criminal
completamente dependente dos meios que o poder executivo vai concedendo a
conta-gotas".
A
este propósito, António Ventinhas apontou a "gritante" falta de
magistrados do Ministério Público que se verifica neste momento, situação que
"se agudizará rapidamente" com a reforma de cerca de 250 procuradores
nos próximos anos.
Por
outro lado - constatou - outros sistemas têm recursos para investigar, mas
encontram-se sob a tutela directa do poder executivo, o que tem consequências
nefastas na investigação da criminalidade económica e financeira.
Outro
tema central para António Ventinhas é a dignificação do estatuto
socioprofissional dos magistrados do MP, argumentando que as "exigências
de exclusividade, incompatibilidades quase absolutas e disponibilidade total têm
que ser devidamente compensadas".
Os
potenciais conflitos entre o poder político e a hierarquia do MP foi analisada
pelo presidente do SMMP que notou que quando o MP começa a obter resultados no
combate à criminalidade económico-financeira acaba sempre por atingir o poder
politico e este tenta sempre limitar a actuação de quem investiga, seja através
de alterações legislativas ou por outras vias.
"As
tentativas de domínio da investigação criminal têm sido diversas vezes rechaçadas
pela actividade das associações, estas têm actuado sistemática e energicamente
no espaço mediático e denunciado as situações mais graves", disse.
António
Ventinhas criticou ainda algumas formas de gestão de recursos humanos que
"colidem com direitos elementares dos procuradores", sublinhando que
a defesa da autonomia individual dos procuradores é essencial para a
preservação global da autonomia do MP.
O
magistrado concluiu que "contra ventos e marés, muitas vezes perante
forças mais poderosas", as associações de procuradores têm de "erguer
a voz" na defesa do Estado de Direito, pois, sem essa intervenção,
"as forças obscuras de todas as sociedades triunfarão".
Lusa,
em Público
Sem comentários:
Enviar um comentário