A
União Africana (UA) pediu hoje ao Presidente da República da Guiné-Bissau, José
Mário Vaz, que promova o respeito pela Constituição como uma das medidas para
resolver a prolongada crise política no país.
"O
Conselho [de Paz e Segurança da União Africana] apelou ao Presidente da
República para promover o respeito pela Constituição", referiu o órgão da
UA em comunicado.
O
mesmo órgão reiterou "a profunda convicção" de que "só um
diálogo genuíno e inclusivo baseado no respeito mútuo permitirá uma solução
consensual para a crise".
O
Conselho exortou ainda "todos os atores políticos na Guiné-Bissau a
exercer a máxima contenção e a colocar os melhores interesses do país acima de
quaisquer considerações pessoais ou partidárias".
Os
apelos têm o mesmo ponto de partida: a "profunda preocupação" da UA
relativamente com os últimos desenvolvimentos na crise política e institucional
na Guiné-Bissau.
"O
Conselho lamentou que, apesar de inúmeros esforços de mediação da comunidade
internacional, as divergências se tenham aprofundado, em particular entre o
Presidente da República e a liderança do Partido Africano para a Independência
da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) - na sequência da dissolução do governo por
decreto presidencial 12 de maio", nota o comunicado de hoje.
Tal
como o Conselho de Segurança da ONU já esta semana alertou, também a UA avisa
que a Guiné-Bissau arrisca-se a perder os mil milhões de euros prometidos por
doadores em 2015, bem como a regredir noutros progressos registados desde as
eleições gerais de 2014.
A
única nota positiva vai para os militares, por se manterem à margem do conflito
político.
O
Presidente da República, José Mário Vaz, e o Partido Africano da Independência
da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das eleições de 2014, estão em conflito
há cerca de um ano.
O
chefe de Estado já demitiu dois governos daquele partido e deu posse no início
de junho a um novo executivo, mas o PAIGC requereu no dia 03 de junho ao
Supremo Tribunal de Justiça que a medida seja declarada inconstitucional.
Os
juízes do Supremo ainda não se pronunciaram sobre a questão.
LFO
// EL - Lusa
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