O
porta-voz do PS considerou hoje importante para o país uma posição unânime que
condene a eventual aplicação de sanções a Portugal pelo seu caráter injusto no
quadro europeu e contraproducente para a economia nacional.
Tal
como agência Lusa noticiou na terça-feira, o presidente da Assembleia da
República, Eduardo Ferro Rodrigues, foi pioneiro no lançamento desta ideia,
tendo aproveitado a sua intervenção no Fórum de Políticas Públicas, organizado
pelo ISCTE, para apelar aos diferentes partidos para que concertem posições em
torno de interesses estratégicos nacionais, designadamente no
"repúdio" face à eventual aplicação de sanções a Portugal pelas
instituições europeias.
João
Galamba, porta-voz do PS, afirmou à agência Lusa que as últimas semanas
"parecem ter revelado um certo consenso em relação à questão das sanções,
no sentido de que seriam injustas face ao panorama europeu e, sobretudo,
contraproducentes para Portugal".
"Uma
resolução da Assembleia da República permitiria confirmar esse aparente
consenso, verificando se existe mesmo e se há ou não uma unanimidade perante a
eventualidade de aplicação de sanções a Portugal. Havendo uma unidade de todos
os partidos na rejeição das sanções, bem como na argumentação contra a eventual
aplicação dessas mesmas sanções, penso que tal seria muito importante para a
posição do país" perante as instituições europeias, sustentou.
O
texto da resolução que será apresentado pelo PS ainda vai ser negociado com as
restantes bancadas parlamentares, razão pela qual só deverá ser objeto de
votação em plenário na próxima semana.
Na
sequência de uma recente visita às instituições europeias, a presidente do
CDS-PP, Assunção Cristas, disse ter ficado com a convicção de que a eventual
aplicação de sanções a Portugal dependerá sobretudo dos resultados económico-financeiros
agora registados e que já são da responsabilidade do atual Governo socialista.
O
porta-voz do PS, porém, demarcou-se desta tese, contrapondo que a aplicação de
sanções se prende com uma avaliação do que aconteceu no passado, designadamente
até ao final de 2015.
Por
isso, segundo João Galamba, essa afirmação de Assunção Cristas, "torna-se
pouco inteligível".
"Compreendo
que a líder do CDS faça essa afirmação, porque tem interesse em fazê-la, mas
parece-me que isso não está em discussão. O mais importante é que o país se
mostre unido na possibilidade de rejeição de sanções e, sobretudo, no que
respeita à dimensão totalmente contraproducente que a aplicação desse tipo de
penalizações teria em relação à situação económica e até quanto à capacidade de
Portugal honrar os seus compromissos em matéria de finanças públicas",
alegou.
Já
sobre as diligências externas feitas pelo Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa, nomeadamente na Alemanha, contra a aplicação de sanções a
Portugal, o membro do Secretariado Nacional do PS classificou-as como
"naturais".
"Quanto
mais o país se mostrar unido e preocupado com essa possibilidade [de sanções],
dando alguma tranquilidade ao atual Governo para cumprir os compromissos que
assumiu e executar o seu Orçamento, considero que é positivo. Mostra que o país
e os seus principais agentes políticos, pelo menos alguns, estão alinhados e
têm interesses partilhados", acrescentou.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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