Em
trabalho publicado pela Agência Lusa deparamos com “Cavaco, os consensos
falhados, a troika e o 1.º Governo "de esquerdas", um apanhado ao
modo do jornalista da Lusa de recriar Cavaco e o seu mau desempenho na
qualidade de presidente da República, um presidentezinho muito insignificante,
muito nocivo para a democracia, muito manhoso no pior sentido do termo, muito
vacilante ou até,,, muito cobarde. É essa a opinião de milhões de portugueses
que querem suspirar de alívio e ver o tenebroso político sair de Belém pela
direita baixíssima que é a porta de serviço.
Cavaco,
na realidade, pelo péssimo desempenho praticado em prejuízo da democracia, da
justiça social, de Portugal e dos portugueses, não deixa saudades, antes pelo
contrário. Ouvir falar de Cavaco é recordar o lado mais negro das liberdades
que Portugal conquistou em 25 de Abril de 1974 e que ele e seus associados da
política de direita e da alta finança e alta vigarice impuseram no país contra
os portugueses.
Não
se denomina um cavalheiro como sendo de triste figura não sendo, não existindo
na memória motivos para isso. Cavaco merece o título. Aliás, o título é até
complacente ao referir cavalheiro. Cavaco é um tipo, é um mangas, é um gajo, é o
ele, é o filho deste e daquele, desta e daquela… Um infindo classificativo do
povo para o referir. Mais pesado ainda é o avantesma, o monstro, a múmia… Só
por isso se constata a repugnância que ele conseguiu suscitar nos portugueses. Muitos,
muitos portugueses.
Que
vai sair de Belém em 9 deste mês para se instalar no “Convento do Sacramento,
onde no seu novo gabinete deverá escrever as já prometidas memórias
presidenciais”, adianta a Lusa. Nem merecia uma tenda de campanha, quanto mais o convento. Lá vai ele continuar a pesar no Orçamento,
há décadas que vive à grande e à portuguesa à custa de todos os portugueses. É
uma tétrica e dispendiosa lapa que não nos larga. Que vai escrever as suas memórias…
presidenciais. Devia era de escrever todas as memórias, esclarecer suspeições
sobre o BPN e etc., sobre os amigos vigaristas a contas com a justiça e que escapam, devia
esclarecer se acaso foi ele que intercedeu para que as investigações ao seu
protegido Dias Loureiro fossem arquivadas ou interrompidas… Impunidades aos da seita.
Não
se espere que verdades constem nas ditas memórias que Cavaco diz ir escrever. Até
porque com as calinadas que ele dá na gramática é legitimo desconfiar que ele não
é capaz de escrever palavras, só números. Irá pagar a alguém para escrever em
português correto as mentiras que guarda na sua memória. Irá dourar a pílula e
fazer auto-elogios, auto-reverências… Cavaco: um sectário, um chefe de seita, um vingativo cheio de rancores que mostrava através de atitudes indignas de um PR, uma triste figura que
infelizmente saiu na rifa dos portugueses para prejudicar o país e os portugueses em beneficio de uns quantos Donos Disto Tudo. Cavaco, o restaurador de períodos de negociatas.
A seguir: a notícia da Lusa
Redação PG / MM
Cavaco,
os consensos falhados, a troika e o 1.º Governo "de esquerdas"
Cooperação
e deslealdade, escutas, demissões, resgate, austeridade e sacrifícios,
consensos falhados, de tudo isto foram feitos os dez anos da Presidência de
Cavaco Silva, que deixa Belém depois de dar posse a um Governo em que parecia
não acreditar.
A
09 de março de 2006, quando entrou em Belém, Cavaco Silva elogiava o
"espírito reformista" do então primeiro-ministro, a quem prometia uma
"cooperação leal e frutuosa". Sócrates agradecia o
"comportamento absolutamente impecável da Presidência da República".
Um
ano depois, Cavaco já falava em insatisfação com os resultados na economia,
educação e justiça, mas o primeiro 'braço-de-ferro' Belém/São Bento estava para
acontecer com a polémica do Estatuto dos Açores, que valeu um duplo veto
presidencial.
No
verão de 2009, novo 'embate', agora com o "caso das escutas", depois
do jornal Público ter falado nas suspeitas da Presidência da República de estar
a ser "vigiada" pelo Governo. Um mês depois, o Diário de Notícias
acrescenta que a fonte da notícia era Fernando Lima, um dos mais antigos
colaboradores de Cavaco. Na resposta, um Presidente agastado acusa
"destacadas personalidades do partido do Governo" de manipulação e de
o tentarem colar ao PSD.
Com
o segundo mandato em Belém à vista e Sócrates sem maioria no parlamento, o
azedar das relações é notório, com Cavaco a falar de uma situação
"explosiva" e "insustentável" no país e a recusar a
"venda de ilusões".
Entretanto,
o escândalo do BPN atravessa-se no caminho de Cavaco Silva - que chegou a ter
ações da Sociedade Lusa de Negócios - para não o largar até à reeleição.
"A honra venceu a infâmia", rematou no discurso de vitória.
O
prenúncio para um segundo mandato difícil chegou 14 dias depois, com o chumbo
do 'PEC IV' e a demissão de Sócrates. O 'ajuste de contas' aconteceu um ano
depois, com Cavaco a admitir ter sido apanhado de surpresa com o anúncio de
novas medidas e a acusar o ex-primeiro-ministro de "falta de lealdade
institucional".
Portugal,
entretanto, estava já sob resgate financeiro e o mote para a forma como o
Presidente entendia o seu papel de "provedor do povo" nestas
circunstâncias foi dado na posse do novo Governo de maioria PSD/CDS-PP, com
avisos sobre a "justiça na repartição de sacrifícios".
Se
com o executivo de Sócrates, o poder de veto foi uma das 'armas' do Presidente,
na era de Passos Coelho o envio de diplomas para fiscalização preventiva bateu
recordes e foi no Tribunal Constitucional que o executivo somou algumas
'derrotas'.
Cavaco
também não vivia momentos fáceis, enfrentando as primeiras vaias e as
consequências de um desabafo sobre a sua reforma, dizendo que "quase de
certeza" que não chegaria para pagar as despesas.
À
entrada de 2013, Cavaco Silva solicita a fiscalização sucessiva da
constitucionalidade de quatro normas do Orçamento do Estado, mas a verdadeira
'prova de fogo' do Governo estava reservada para o verão, com a crise política
desencadeada pela demissão "irrevogável" do ministro Paulo Portas.
Nessa
altura, o Presidente da República arrisca e propõe perante o país um
"compromisso de salvação nacional" entre PSD, PS e CDS que permita
cumprir o programa de ajuda externa e que esse acordo preveja eleições
antecipadas a partir de junho de 2014.
Uma
semana depois, o Presidente que fez dos apelos aos consensos e ao diálogo uma
das suas 'bandeiras', perdia a 'aposta', com PSD, CDS-PP e PP a romperem
negociações. Sem alternativa, Cavaco admite que a melhor solução é a
continuação em funções do Governo.
Depois
do BPN, em 2014 o setor da banca volta a 'atrapalhar' Cavaco Silva, que pouco
tempo antes de rebentar o caso do Banco Espírito Santo elogia a atuação do
Banco de Portugal e diz que os portugueses poderiam confiar no BES.
Já
com a 'troika' fora do país e a um ano de eleições, o Presidente começa a
defender a necessidade de um Governo com apoio maioritário. Um desejo não
concretizado, com Cavaco a dar posse a executivo minoritário PSD/CDS-PP por
entender ser melhor solução do que "a alternativa claramente inconsistente
sugerida por outras forças políticas".
Dias
depois da posse, o programa do executivo chumba no parlamento, provocando a
queda do Governo. O Presidente inicia, então, uma maratona de 31 audiências,
concluindo com um pedido invulgar: a clarificação de questões que considera
omissas nos acordos entre PS, PCP, BE e PEV entretanto assinados, no
entendimento partidário que provavelmente menos esperava ver concretizado.
A
26 de novembro, acaba mesmo por dar posse a esse Governo histórico, mas até ao
último momento não parece convencido com a solução apresentada por António
Costa apontando omissões "a alguns pontos essenciais à estabilidade
política" nos acordos subscritos pelos quatro partidos e vincando a falta
de garantia de durabilidade do executivo no horizonte temporal da legislatura.
Agora,
ao fim de dez anos no Palácio de Belém, Cavaco prepara a mudança para o
Convento do Sacramento, onde no seu novo gabinete deverá escrever as já
prometidas memórias presidenciais.
VAM
// SMA - Lusa