Mais
de 200 participantes debatem diversos temas durante quatro dias em Bissau
O
prémio Nobel da Paz e antigo representante do secretário-geral das Nações
Unidas em Bissau, Ramos Horta, é um dos oradores do Simpósio Internacional
sobre a Reconciliação, que arrancou nesta quarta-feira, 8, na capital
guineense.
O
evento, em que participam mais de 200 pessoas de diversos sectores da
sociedade, visa, segundo a Comissão para Organização da Conferência Nacional
“Caminhos para Paz e Desenvolvimento, aumentar a consciência nacional sobre a
importância de lidar com o passado para o país sair do ciclo de instabilidade e
aproximar e reforçar as bases de confiança no país.
Durante
quatro dias, serão abordados temas como justiça, desafios da transição nacional
e o papel da sociedade civil nos processos de instabilidade política e
reconciliação.
O
simpósio procura, também, lançar fundamentos para a Conferência Nacional sobre
a Reconciliação, ainda sem data marcada.
Victorino
Indeque, vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, uma das
organizações contrárias à amnistia sem julgamento como forma de reconciliação,
considera pertinente o simpósio, desde que sirva para tirar o pais da situação
em que se encontra.
“O
importante em tudo isso é que as ideias que sustentam este simpósio sejam
materializadas e que os políticos deixem de querelas para alimentar os seus
interesses, caso contrário, não vamos a lado nenhum”, sustentou Indeque.
Para
Januário Jaló, cidadão atento à evolução política e social e participante do
simpósio, o importante é que haja um diálogo aberto e franco, como forma de
alcançar o almejado desenvolvimento e garantir o futuro do país:
“Acho
que vão poder discutir questões de fundo, no sentido de podermos aceitar a
realidade e de que há um problema, há uma situação crónica que está a esmagar a
nossa sociedade de forma brutal. Aliás, sem um diálogo franco, não podemos
encontrar caminho ideal rumo ao desenvolvimento”, defendeu Jaló.
O
simpósio é organizado pela Comissão para Organização da Conferência Nacional
“Caminhos para Paz e Desenvolvimento, liderada pelo Padre Domingos da Fonseca,
restabelecida pela Assembleia Nacional Popular em 2015, para retomar os
trabalhos de consulta iniciados em 2009 sobre a necessidade de escolher um
mecanismo de reconciliação nacional para a Guiné-Bissau.
O
evento tem o apoio das Nações Unidas.
Voz
da América
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