Eduardo
dos Santos, conhecido por seu regime autoritário, anuncia que não vai se
candidatar nas próximas eleições, marcadas para agosto. Líder de 74 anos chegou
ao poder no final dos anos 1970.
O
presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, anunciou nesta sexta-feira
(03/02) que não vai se candidatar às eleições presidenciais deste ano, deixando
o comando do país depois de 38 anos.
O
líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) fez a declaração no
discurso de abertura da reunião do comitê do partido para aprovar a listas dos
candidatos, na capital Luanda.
O
principal candidato do MPLA será João Lourenço, vice-presidente e ministro da
Defesa. As eleições gerais em Angola estão marcadas para agosto. A
Constituição angolana, alterada em 2010, estipula que o líder do partido que
vence as legislativas se torna automaticamente Presidente da República.
Reeleito
presidente do MPLA em 2016, Eduardo dos Santos, de 74 anos, tinha anunciado em
março que pretendia abandonar a vida política. Integrante do movimento
anticolonial na década de 1960, ele se tornou presidente em setembro de 1979.
Regime
autoritário
No
ano passado, 17 jovens ativistas foram condenados por " atos preparatórios
para uma rebelião e associação criminosa". Ao menos dois deles fizeram
greve de fome na prisão. A Anistia Internacional considerou que o julgamento
foi "politicamente motivado".
"Eles
foram condenados apenas pelo exercício pacífico dos seus direitos de liberdade
de expressão e reunião", diz uma página da organização na internet
dedicada ao caso.
"O
regime angolano é autoritário. É uma ditadura que criminaliza ideias
independentes. Esta postura obriga a pensar sobre o futuro do regime,"
denunciou o ativista e jornalista angolano Rafael Marques em entrevista à
redação africana da DW, em abril passado.
KG/lusa/ots
– Deutsche Welle
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