As
declarações de transferências para offshores que escaparam ao controlo do Fisco
entre 2011 e 2014 tiveram origem em 14 bancos. Mas a esmagadora maioria veio do
BES e do Novo Banco.
A
revelação é feita hoje pelo jornal online Eco, segundo o qual o BES e o banco
que ficou com os seus ativos não tóxicos são responsáveis por 88% dos dez mil
milhões de euros que foram declarados pelos bancos mas que não migraram corretamente
do Portal das Finanças para o sistema central informático.
Segundo
o jornal, estes 88% correspondem a 8.580,8 milhões de euros.
Serão
valores reportados numa declaração entregue em 2014 e duas em 2015 - referentes
a transferências feitas no ano anterior - é uma declaração de substituição
entregue já em 2016 referente a 2012.
Até
agora, o Ministério das Finanças tem recusado confirmar estas informações que
têm vindo a público, alegando sigilo bancário.
No
entanto, o facto de a maioria das transferências ter ocorrido em 2014, ano do
colapso do BES, e de 97% das transferências para o Panamá - o offshore mais usado
pelo GES - têm levado os deputados a levantar a questão de saber se houve
ocultação de capitais com intuito de fugir a credores.
O
assunto deverá fazer parte das audições que a Comissão de Orçamento e Finanças
já deliberou fazer aos ex-ministros de Passos Coelho, Vitor Gaspar e Maria Luís
Albuquerque.
Margarida
Davim – jornal i
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