Em
entrevista a jornal italiano, o ministro das Finanças fala de sucessos
económicos e orçamentais sem recorrer apenas à austeridade.
Portugal
encontrou uma forma alternativa de enfrentar os problemas económicos e
orçamentais sem recorrer apenas à austeridade e esse é um modelo que os outros
países europeus podem copiar, defendeu esta segunda-feira Mário Centeno, numa
entrevista ao jornal italiano La Repubblica.
Num
tom optimista em relação aos últimos desenvolvimentos na economia portuguesa, o
ministro das Finanças salientou que "as exportações estão a crescer, a
dívida começou a descer e o défice está ao nível mais baixo desde 1974",
explicando que tal foi possível porque "os portugueses voltaram a ter
confiança no país".
"Fomos
capazes de lhes mostrar uma alternativa às políticas seguidas até agora na
Europa, provando que os sacrifícios dão fruto", afirmou. Contudo, o
ministro fez questão de salientar: "Não se deve classificar a nossa
política apenas como anti-austeridade". "Há um pacote de reformas que
cobre as receitas e as despesas e que nos permitiu provar uma coisa: condenar o
contimento a um destino feito apenas de cortes foi um erro".
Partindo
desta avaliação da situação portuguesa, Mário Centeno não teve dúvidas em
afirmar ao jornal italiano que a Europa pode olhar para Portugal como "um
modelo". "Na Europa, é tempo de olhar para o futuro. E penso que o
modelo português — de encontrar uma alternativa sem colocar em causa a
estabilidade do sistema — é uma receita que pode ser exportada para o
resto do continente".
O
ministro das Finanças português tem estado entre os nomes referidos como potenciais substitutos de Jeroem
Dijsselbloem no cargo de presidente do Eurogrupo, num cenário em que
os equilíbrios políticos e geográficos na zona euro apontam para a necessidade
de o escolhido pertencer à família socialista europeia e ser proveniente de um
país do Sul da Europa.
Sérgio
Aníbal | Público
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