Presidente
de Moçambique afirma que a Frelimo “não pode ser encarada como uma plataforma
de acesso ao poder para servir interesses individuais”.
O
presidente da Frelimo, partido no poder em Moçambique, Filipe Nyusi, criticou
ontem a corrida desenfreada à riqueza entre os seus militantes, alertando para
o risco de esta prática agudizar as diferenças sociais e fomentar o crime.
“Esta
corrida desenfreada à riqueza cria e exacerba as diferenças sociais, perturba
as relações de humanismo e de solidariedade entre as comunidades e fomenta o
crime”, afirmou Nyusi, discursando na abertura da terceira Sessão
Extraordinária do Comité Central da Frelimo (Frente de Libertação de
Moçambique), que se iniciou ontem na Matola, província de Maputo.
Segundo
Nyusi, que é também Presidente da República, o apetite pela rápida ascensão aos
bens gera um ambiente propício à violação dos direitos humanos, conflitos
sociais e a supremacia dos interesses individuais sobre os interesses do
partido e de toda a sociedade.
“Os
nossos quadros e militantes do partido devem estar cientes desta emergência da
supremacia dos interesses individuais ou de grupo, que pretendem predominar no
ambiente em que vivemos e querem penetrar e instalar seus tentáculos no nosso
seio e da sociedade”, acrescentou.
Para
Filipe Nyusi, o comportamento de alguns membros da Frelimo configura uma
violação dos estatutos, do código de conduta e da directiva eleitoral do
partido, devendo ser combatida sem tréguas.
“A
Frelimo não pode ser encarada como uma plataforma de acesso ao poder para
servir interesses individuais, o interesse supremo que deve prevalecer é o
partido e não o indivíduo, governar é resolver os problemas do povo”, declarou
Nyusi.
O
presidente da Frelimo referiu que o Comité Central vai aprovar a revisão do
código de conduta, da directiva para as eleições internas dos órgãos do partido
e das cinco teses do 11.º congresso do partido no poder, agendado para 2017 em
Maputo.
Filipe
Nyusi sublinhou que o 11.º congresso deve ser um momento de revitalização da
democracia interna, exortando os membros do partido a mostrarem espírito de
abertura para enfrentarem os desafios actuais.
Nyusi
apontou o crescimento da população moçambicana, a mudança drástica da pirâmide
etária, as alterações climáticas, o acesso das populações rurais e urbanas às
tecnologias de comunicação e informação e o crescente poder do capital
financeiro como mudanças que os militantes da Frelimo devem ter em conta.
“Tudo
isto acontece numa altura em que a competitividade e a luta para ascender ao
poder se impõem com maior acuidade”, enfatizou o presidente da Frelimo.
Lusa
| Rede Angola | Foto: Sessão Extraordinária do Comité Central da Frelimo[ FB ]
*Em
8.10.2016
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