Ana
Alexandra Gonçalves*
Depois
de passarem anos a acusar os países "intervencionados" de serem
responsáveis todo o mal do mundo, os principais responsáveis europeus tardam em
mudar a estratégia, preferindo apostar no erro, enquanto a Europa, mais
concretamente a UE, vai ficado progressivamente mais isolada.
Primeiro
foi a crise do sector financeiro rapidamente transformada em crise das dívidas
soberanas; depois o Brexit; para complicar os EUA escolheram Trump para a
presidência e agora a Turquia vira regime autoritário declarado, afastando-se
também ela da Europa.
Sem
capacidade de se unir, com protagonistas medíocres como o inefável Presidente
do Eurogrupo que apenas fomentam as divisões da forma mais abjecta, deixando a
indelével impressão que almejam uma Europa minimalista composta por países do
centro e norte da Europa, o projecto europeu passou para o domínio da fantasia.
Hoje
temos uma Europa desunida, com personagens não sufragadas e medíocres, sem o
Reino Unido, sem poder contar com o aliado americano e com a Turquia voltada de
costas para a Europa. Esperar que desta equação saia um resultado promissor é
no mínimo ingénuo. Um abalo, bastará um abalo, económico, financeiro ou uma
guerra para tudo desabar com a maior das facilidades - assim é quando se
procuram as cisões ao invés da união. Assim é quando a UE se encontra sozinha,
em larga medida, por culpa própria, e sobretudo por passar anos a preocupar-se
com o acessório, descurando o essencial.
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