Jornal
de Angola | editorial
Comemora-se
hoje em todo o mundo o Dia Internacional Contra Testes Nucleares, numa altura
em que a humanidade experimenta situações preocupantes com os casos de
insegurança e fugas em algumas centrais nucleares, bem como a realização de
testes nucleares.
Institucionalizada
em Dezembro de 2009 através de uma resolução da Organização das Nações Unidas
(ONU), a data constitui um marco importante para a reflexão, mobilização e
acção no sentido inverso da “nuclearização” dos Estados. Trata-se de um desafio
que a humanidade continua a enfrentar para que a sensibilização, a educação e a
mobilização faça parte da agenda dos Estados-membros da ONU, das organizações
intergovernamentais e de activistas. Desde há 70 anos, à medida que os Estados
detentores de armas nucleares repetidas vezes realizam ensaios, os danos
irreparáveis continuam desastrosos e fatais.
O alerta para que a humanidade desperte e caminhe para uma direcção que inviabilize os ensaios nucleares devem continuar de forma enérgica, muito para além das resoluções, campanhas de sensibilização e de educação.
Não há dúvidas de que os encontros de líderes mundiais, simpósios, conferências e exposições são iniciativas relevantes porque contribuem para chamar a atenção mundial para esta causa, que é de toda a humanidade.
É preciso ir às causas que levam os Estados a manipularem material nuclear,
realidade que tende a envolver cada vez mais entidades não estatais, como as
organizações terroristas cujas agendas incluem também a aquisição de armas de
destruição em massa. Numerosos Estados encaram as armas nucleares como o mais
eficiente factor de dissuasão contra potenciais inimigos e outros que o buscam
com as mesmas aspirações. É preciso reforçar os mecanismos internacionais no
sentido de desencorajar esse quadro para que a humanidade assista uma
inversão na busca, ensaio e uso de armas nucleares. Vale reforçar os preceitos
constantes da Carta da ONU que instam os Estados a privilegiar o recurso a meios
pacíficos para a resolver diferendos, bem como o uso da cooperação como forma
de afugentar a opção pelo nuclear.
Independentemente dos avanços que a humanidade alcançou com o recurso ao nuclear; na vertente civil, não há dúvidas de que quando se trata da dimensão militar a humanidade não regista boas lembranças. O uso para fins militares, com a particularidade dos ensaios e dos seus efeitos sobre a vida das pessoas, dos solos, as águas e o ar, entre outros, leva hoje as organizações internacionais, estadistas e activistas a multiplicarem os seus esforços.
Atendendo à conjuntura internacional, marcada sobretudo pelos desenvolvimentos que se verificam na península coreana, urge acelerar mecanismos que desencorajem o recurso ao nuclear. Levar os Estados a ratificarem o Tratado de Interdição Completa de Testes Nucleares, que existe desde 1996, pode ser uma das vias para a humanidade caminhar para o mundo sem armas nucleares.
Num dia como hoje, é preciso que os esforços das Nações Unidas, dos Estados membros, de instituições internacionais contribuam para a materialização dos testes com armas nucleares para o alcance de um mundo livre de tais dispositivos.
No Dia Internacional Contra Testes Nucleares, celebrado hoje em todo o mundo, é
preciso reforçar as discussões e iniciativas que visam o fim dos testes
nucleares em todo o mundo. Os custos e os efeitos dos ensaios nucleares
suplantam consideravelmente os eventuais benefícios, razão pela qual o mundo
deve continuar unido contra os testes nucleares.
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