@Verdade
| editorial
O
Presidente da República, Filipe Nyusi, foi nesta quarta-feira (20) à Assembleia
da República apresentar o seu informe sobre o Estado da Nação. Como sempre, o
informe do Chefe de Estado não trouxe nada de novo, a não ser as habituais
frases feitas e lugares comuns. Nyusi não apresentou nada que relance a
esperança de mudança da situação económica do país e um futuro diferente para
os moçambicanos.
O
Presidente da República limitou-se a reconhecer o óbvio, pois é sabido a
difícil situação por que passam os moçambicanos. Não há dúvidas de que o povo
moçambicano tem estado a enfrentar uma série de situações anómalas, desde a
falta de paz efectiva, passando pelo despesismo dos dirigentes em relação ao
erário, até à questão das dívidas contraídas ilegalmente pelo Governo da
Frelimo.
Diga-se
em abono da verdade, ao longo da governação da Frelimo, a situação dos
moçambicanos tem ido de mal ao pior. A cada dia que passa, os moçambicanos têm
assistido a sua situação económica e social a degradar-se, sobretudo o seu poder
de compra tem vindo a decrescer. Como se isso não bastasse, os moçambicanos são
obrigados a assistir a aquisição de viaturas de luxo para os dirigentes e jato
para o Presidente da República. Enquanto isso, cresce o número de moçambicanos
que morrem nas filas de uma unidade sanitária à espera de cuidados
hospitalares.
Dizer
que o Estado da Nação é “desafiante mas encorajador” demonstra que o Presidente
da República não tem os pés no chão e desconhece o país que dirige. Ou seja, é
preocupante quando um Chefe de Estado não tem a humildade suficiente para
aceitar publicamente que, como um país, temos estado a dar passos
significativos para trás.
Não
há dúvidas de que o Governo da Frelimo continua a apostar no atraso do povo e
do país. A situação do país é deveras preocupante, pois Moçambique continua a
decair no ranking de desenvolvimento humano, a questão económica e financeira
tende a piorar de ano para ano, além disso como país conseguimos ser
auto-sustentáveis na produção de alimentos. Portanto, se somos um povo
resiliente, só pode ser resiliente à desgraça a que nos é colocado pelo Governo.
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