Pequeno grupo de jovens
professores da cidade de Quelimane, no centro de Moçambique, diz que "só
queria conversar" com as autoridades de Educação, mas foi impedido por
dezenas de polícias.
O grupo de professores recém-graduados preparava-se
para marchar até à Direção Provincial de Educação da Zambézia para perguntar às
autoridades porque é que não têm emprego, quando há falta de
professores do ensino básico no país.
"Não se tratava de uma
manifestação. Queríamos simplesmente conversar. Saímos numa marcha lenta, sem
criar distúrbios, sem desordem, sem tambores, sem dísticos, até às entidades
que nos tutelam, pois estamos preocupados com esta situação", afirmou um
professor que pediu anonimato por medo de represálias.
Mas a polícia considerou a marcha
ilegal, por não ter sido informada. "A Lei 9/91 preconiza a
pertinência de informar as autoridades administrativas ou policiais três dias
antes, o que não aconteceu", explicou o porta-voz da polícia de
Quelimane, Miguel Caetano.
Apelo dos professores
Os professores lamentam a
situação e continuam a pedir satisfações, acusando o Governo de não cumprir com
a promessa de contratar professores recém-graduados para as escolas da
Zambézia.
"Pedimos ajuda a todas
entidades que possam intervir, para que tenhamos emprego. Nós fomos formados,
não temos enquadramento e estão a formar mais [professores]", disse um
outro professor, que também pediu para não ser identificado.
Falta dinheiro
A Direção de Educação da
Zambézia diz que não é possível fazer contratações por falta de
dinheiro, devido à crise económica no país.
Este ano, houve menos 500
contratações de professores do ensino básico do que no ano
passado: "A verdade é que o número de candidatos que tínhamos era de
1.100 vagas para professores do ensino básico, então não era possível absorver
todos, isso é do conhecimento geral", sublinha o porta-voz, Mohamed
Hibraim.
Em relação às críticas dos
professores recém-graduados na Zambézia, que desaprovam a contratação de
profissionais de outras províncias, a Direção de Educação deixa claro que
"qualquer moçambicano pode trabalhar onde quiser" e que "não pode
ser vedado".
Marcelino Mueia (Quelimane) |
Deutsche Welle
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