Freixo define a morte de Marielle
como mais uma execução sumária
Presidenciável do PSOL afirma que
assassinato de Marielle Franco tem ‘características nítidas’ de execução
sumária. A morte da parlamentar gera comoção em nível internacional.
Pré-candidato do PSOL à
Presidência, Guilherme Boulos, líder do MTST, destacou a correlação entre o
assassinato da vereadora Marielle Franco e as recentes denúncias que ela vinha
fazendo:
— Difícil acreditar que a
execução a sangue frio de Marielle e do motorista Anderson Gomes seja mera
coincidência após as denúncias que ela vinha fazendo sobre a violência policial
no Rio. Lutaremos por justiça até o fim. Marielle, honraremos sua caminhada!
Execução sumária
Freixo afirmou, ainda, que o
assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) “características nítidas” de
execução, embora nem amigos nem parentes tinham informações de que Marielle
estivesse sofrendo ameaças.
O parlamentar é mais uma voz que
exige a elucidação do caso.
— É completamente inadmissível.
Uma pessoa cheia de vida, cheia de gás, uma pessoa fundamental para o Rio
de Janeiro, brutalmente assassinada. É um crime contra a democracia, contra
todos nós, não podemos deixar que isso se naturalize — afirmou.
Sessão solene
Na Câmara, com girassóis em punho
e uma faixa preta em sinal de luto, parlamentares de diversos partidos
homenagearam à vereadora Marielle Franco e o motorista dela Anderson Gomes.
Eles foram assassinados na noite de quarta-feira no Centro do Rio de
Janeiro.
Conduzida pelo presidente da
Câmara, Rodrigo Maia, a sessão foi iniciada com um pronunciamento da deputada
Luiza Erundina (PSOL-SP), prestando solidariedade às famílias. Ela disse estar
indignada “face a mais um crime hediondo contra uma mulher negra, do povo, uma
ativista dos direitos humanos”.
— Cada uma de nós, sobretudo nós
mulheres, nos sentimos morrendo um pouco. Não vão conseguir calar a voz da
Marielle, que vai ser reproduzida por milhões. Estamos muito magoados, não
vamos desistir da luta, não vamos permitir que essa luta pelos direitos humanos
e pela democracia seja calada — afirmou.
Execução
Emocionada, Erundina também pediu
que um vídeo onde Marielle fala da sua trajetória fosse exibido. Nele, a
vereadora destaca sua luta; iniciada no ano 2000, na Favela da Maré, no Rio de
Janeiro, por mais cultura e educação, e em defesa dos negros e pobres.
O deputado Júlio Delgado
(PSB-MG), se referiu ao crime como una execução. Ele pediu empenho para que os
culpados sejam presos. Ao final da sessão Rodrigo Maia anunciou que vai criar a
comissão externa para acompanhar a investigação do crime.
Nas Nações Unidas
A Organização das Nações Unidas
(ONU) no Brasil manifestou, nesta quinta-feira; consternação com o assassinato da
vereadora do Rio de Janeiro e defensora dos direitos humanos Marielle Franco
(PSOL), de 38 anos. Em nota, a ONU diz que espera rigor na investigação do caso
e breve elucidação, com responsabilização pela autoria do crime.
“Quinta vereadora mais votada nas
eleições municipais de 2016, Marielle era um dos marcos da renovação da
participação política das mulheres, diferenciando-se pelo caráter progressista
em assuntos sociais no contexto da responsabilidade do Poder Legislativo
local”, afirma a organização na nota.
A parlamentar foi eleita com mais
de 46 mil votos. Em sua plataforma, defendia o enfrentamento ao racismo, às
desigualdades de gênero e à violência nas periferias e favelas.
Homenagens
Marielle saia de evento da agenda
de 21 dias de ativismo contra o racismo; em função do Dia Internacional contra
a Discriminação Racial. A date será lembrado na próxima quarta-feira.
O corpo foi velado na Câmara de
Vereadores, onde a parlamentar recebe as homenagens póstumas. Marielle era
presidente da Comissão da Mulher na casa. Tinha acabado de assumir a relatoria
da comissão parlamentar que acompanhará a Intervenção Federal na Segurança
Pública.
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